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O que é a investigação da 'Abin paralela', que indiciou Bolsonaro, Carlos e Ramagem

Inquérito apurou o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência para fins políticos durante a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro

Estadão Conteúdo
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A Polícia Federal (PF) concluiu nesta terça-feira, 17, o inquérito que apurou o aparelhamento da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para fins políticos durante o governo de Jair Bolsonaro (PL).

Segundo as investigações, o órgão de inteligência foi utilizado em espionagens ilegais contra opositores durante o governo passado. A PF indiciou o ex-presidente, o vereador do Rio Carlos Bolsonaro (PL) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), diretor-geral da agência no período.

image PF indicia Bolsonaro, Carlos e Ramagem por uso ilegal da Abin em monitoramento clandestino
No total, mais de 30 pessoas foram indiciadas, incluindo integrantes da atual gestão da Abin

image Ramagem diz que vai demonstrar inocência em ação da trama golpista
Ele é acusado de usar a estrutura da Abin para fazer espionagem ilegal

Também constam entre os indiciados o atual diretor-geral da Abin, o delegado federal Luiz Fernando Corrêa, nomeado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e o número dois do órgão, Alessandro Moretti.

A PF aponta que houve "conluio" entre a atual gestão da Abin e a direção anterior para evitar que os monitoramentos ilegais viessem a público. Corrêa é um nome de confiança do PT e já havia chefiado a PF entre 2007 e 2001, durante o segundo mandato de presidencial de Lula.

Desde as investigações, o caso é conhecido como "Abin paralela". A Abin é um órgão destinado à produção de informações estratégicas ao Palácio do Planalto. O inquérito da PF apurou a existência de um núcleo "paralelo", com a estrutura do órgão, para a produção de diligências que atendessem a interesses políticos e pessoais de Jair Bolsonaro e seus familiares. Entre as atividades ilícitas da "Abin paralela", estão espionagens ilegais contra opositores do ex-presidente.

A PF também identificou o uso do aparato paralelo para atividades do "gabinete do ódio", revelado pelo Estadão em 2019. O grupo, coordenado por Carlos Bolsonaro, especializou-se em difamar reputações de inimigos políticos de Jair Bolsonaro e disseminar informações falsas nas redes sociais.

Segundo a PF, entre os monitorados de forma ilegal, estão os ministros Alexandre de Moraes, Dias Toffoli, Luís Roberto Barroso e Luiz Fux, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-governador de São Paulo João Doria, e os deputados federais Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Maia (União Brasil-RJ), ex-presidentes da Câmara.

Em outubro de 2023, a PF deflagrou a Operação Última Milha, cujo nome faz referência ao software "espião" First Mile, desenvolvido por uma empresa israelense e especializado em rastreio de celulares. Segundo a investigação, o programa foi utilizado 60 mil vezes pela Abin entre 2019 e 2023, com um pico de acessos em 2020, ano de eleições municipais.

Meses depois, em janeiro de 2024, os endereços de Alexandre Ramagem foram alvos de busca e apreensão na Operação Vigilância Aproximada.

Bolsonaro e Ramagem são réus no STF pela tentativa de um golpe de Estado após as eleições de 2022. Segundo a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), a Abin foi aparelhada durante a gestão do ex-diretor-geral para a produção de dossiês caluniosos ao sistema eletrônico de votação.

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