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Haddad demite auditor da Receita preso na Lava Jato por dossiês contra réus, delatores e Gilmar

O desligamento ocorre quase cinco anos após a prisão do auditor em um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro

Estadão Conteúdo
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O auditor fiscal da Receita Marco Aurélio Canal foi demitido nesta terça-feira, 17, pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad. O desligamento ocorre quase cinco anos após a prisão do auditor em um desdobramento da Operação Lava Jato no Rio de Janeiro.

O Estadão buscou contato com Marco Aurélio Canal, mas até a publicação deste texto, não havia recebido retorno. O espaço está aberto.

O nome do auditor ganhou notoriedade em 2019, quando o ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o citou como responsável por elaborar um dossiê com seus dados pessoais e de sua mulher, Guiomar Feitosa. Na ocasião, Gilmar disse que a bisbilhotagem era um 'abuso'. Ele revelou o nome de Canal, que foi supervisor de programação da Lava Jato na Receita Federal no Rio.

A investigação mostra que o auditor teria cobrado propinas de réus e delatores da Lava Jato para suspender multas e encerrar fiscalizações.

Segundo a portaria publicada nesta terça-feira, 17, no Diário Oficial da União, assinada por Haddad, o auditor foi demitido por "valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem, em detrimento da dignidade da função pública".

A Portaria de Haddad tem o número 486. A demissão é resultado de um processo administrativo disciplinar. Em decorrência da punição, o auditor não poderá ocupar nenhum outro cargo público pelos próximos oito anos.

Canal iniciou a carreira na Receita em janeiro de 1995. Atualmente ele recebe cerca de R$ 36 mil por mês, além de créditos e vantagens da carreira, segundo dados do Portal da Transparência.

Relembre a investigação sobre o auditor

O auditor foi implicado na delação premiada do ex-presidente da Federação das Empresas de Transportes de Passageiros do Estado do Rio (Fetranspor), Lelis Teixeira, na Lava Jato.

O empresário relatou negociações com Canal para evitar punições da Receita, tudo supostamente em troca de propinas.

Lelis Teixeira afirmou ter autorizado o pagamento de R$ 4 milhões ao auditor em 2017. De fato, na época um procedimento fiscal sobre a Fetranspor foi arquivado.

Marco Aurélio Canal foi preso na Operação Armadeira. A Polícia Federal apreendeu R$ 200 mil em dinheiro vivo na casa dele. Segundo a investigação, o auditor usou familiares e imóveis para lavar o dinheiro recebido indevidamente.

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