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PF indicia Bolsonaro, Carlos e Ramagem por uso ilegal da Abin em monitoramento clandestino

No total, mais de 30 pessoas foram indiciadas, incluindo integrantes da atual gestão da Abin

Thaline Silva
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A Polícia Federal indiciou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ) e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) no inquérito que apura o uso indevido da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) para monitoramentos ilegais. Segundo as investigações, uma estrutura paralela teria sido montada dentro da agência para espionar autoridades, servidores públicos, jornalistas e opositores políticos.

O caso passou a ser investigado após reportagens revelarem, em março de 2023, a aquisição de um sistema chamado First Mile, que permitia rastrear a localização de alvos a partir do sinal de seus celulares. A chamada “Abin paralela” teria atuado durante a gestão Bolsonaro, sob o comando de Ramagem, então diretor da agência.

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Monitoramento de autoridades e opositores

De acordo com a PF, a ferramenta foi usada para produzir dossiês, monitorar milhares de cidadãos e disseminar desinformação contra integrantes dos Três Poderes, incluindo ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e o ex-governador João Doria, entre outros.

A investigação também indica que o grupo teria monitorado opositores do ex-presidente, como o ex-deputado Jean Wyllys, o servidor do Ibama Hugo Loss e lideranças de caminhoneiros contrárias ao governo. Durante as eleições municipais de 2020, foi registrado um aumento expressivo nos acessos ao sistema espião.

No total, mais de 30 pessoas foram indiciadas, incluindo integrantes da atual gestão da Abin, como os delegados Luiz Fernando Corrêa (diretor-geral), Luiz Carlos Nóbrega (chefe de gabinete) e José Fernando Chuy (corregedor-geral). Todos são policiais federais nomeados no atual governo e negam envolvimento em irregularidades.

Conexão com tentativa de golpe e uso de táticas clandestinas

A PF apura ainda o uso de táticas de "cercamento", em que regiões específicas eram monitoradas para identificar a movimentação de determinados alvos. Áreas próximas ao Tribunal de Justiça do DF e bairros nobres de Brasília e do Rio de Janeiro estão entre os locais acompanhados, segundo a corporação.

As investigações apontam conexões entre a Abin paralela e o inquérito que trata da tentativa de golpe de Estado, no qual Bolsonaro e Ramagem já são réus. De acordo com o relatório policial, o núcleo de inteligência teria sido utilizado para sustentar estratégias contra o sistema eleitoral e promover instabilidade institucional.

Até o momento, nem Bolsonaro nem Ramagem comentaram os novos indiciamentos. Em manifestações anteriores, ambos negaram a existência de qualquer estrutura ilegal na Abin. A agência, por sua vez, afirmou estar à disposição das autoridades e ressaltou que os fatos investigados ocorreram em administrações anteriores.

*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia

 

 

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