No STF, Bolsonaro diz que reunião com militares ocorreu após multa do TSE: ‘Nos abalou’
Ex-presidente afirma que multa de R$ 22 milhões o levou a se reunir com comandantes e nega ter discutido golpe

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirma, durante interrogatório no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta terça-feira (10), que a reunião com os comandantes das Forças Armadas só acontece após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aplicar uma multa de R$ 22 milhões à coligação de sua campanha. Segundo ele, a penalidade gera insegurança jurídica e provoca o encontro.
“Essa multa nos abalou, e o nosso entendimento era de que se a gente viesse a recorrer da multa ou da petição, a multa poderia ser agravada e outras coisas poderiam acontecer”, diz Bolsonaro ao ministro Alexandre de Moraes, relator do inquérito da trama golpista.
Ele afirma que, diante do clima de instabilidade, convoca a reunião com os chefes do Exército, Marinha e Aeronáutica, e que durante o encontro há menção à possibilidade de estado de sítio — o que, segundo ele, está previsto na Constituição. “Ou seja, jamais saindo das 4 linhas”, reforça.
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Bolsonaro nega minuta e citação a prisões
Bolsonaro também nega qualquer envolvimento com a chamada minuta do golpe, que prevê medidas autoritárias para anular o resultado das eleições. Ele contesta a versão do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, que em delação diz que o então presidente sugeriu alterações no texto, incluindo a prisão de ministros.
O ex-presidente também nega ter discutido o tema com o assessor especial Filipe Martins, outro nome citado na investigação da Polícia Federal.
Com isso, Bolsonaro tenta se afastar da autoria de documentos e articulações que sustentam a denúncia do Ministério Público Federal sobre tentativa de golpe de Estado.
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