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‘Estamos lutando por um direito que é nosso’, diz Patrícia Alencar sobre vídeo vazado

Prefeita de Marituba (MDB-PA) denuncia violência política de gênero, cobra aplicação da lei e reforça que mulheres na política seguem sendo alvo de julgamentos morais

Gabriel da Mota
fonte

Em entrevista exclusiva ao Grupo Liberal, a prefeita de Marituba, Patrícia Alencar (MDB), falou sobre o episódio do vazamento de um vídeo pessoal em que aparece dançando de biquíni, e que gerou ataques nas redes sociais. A gestora classificou o caso como exemplo de violência política de gênero e defendeu que o episódio seja tratado como um alerta para o que muitas mulheres ainda enfrentam no exercício de cargos públicos.

“Hoje nós temos uma lei que fala sobre isso. Ela define, previne e pune a violência de gênero na política. E quantas de nós, mulheres, temos passado — e vamos ter que passar — para que a gente entenda que são em momentos como esse que a gente precisa, de fato, da sororidade”, declarou.

Patrícia se referia à Lei nº 14.192/2021, que estabelece normas para prevenir, reprimir e combater a violência política contra mulheres no Brasil. A legislação prevê reclusão de um a quatro anos e multa para casos de ofensa, impedimento ou discriminação contra mulheres no exercício de funções políticas. Segundo a prefeita, é fundamental que a lei seja colocada em prática.

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“É um momento onde a gente tem que levantar a pauta, discutir, mas não só ficar no papel. Que a gente possa executar e fazer com que as pessoas entendam que nós estamos lutando por um direito que é nosso”, frisou.

Ela também fez um apelo pela união feminina diante de situações de ataque e julgamento moral.

“A gente precisa da sororidade não só em palavras, mas em conjunto. Da sororidade que vai fazer com que nós, mulheres, nos unamos. E que a gente possa não só buscar os nossos direitos, mas fazer valer a pena cada gesto e cada lei”, pontuou.

Gestora concedeu entrevista exclusiva ao Grupo Liberal nesta sexta-feira (6) (Igor Mota / O Liberal)

O caso envolvendo Patrícia ganhou repercussão nacional após a divulgação, na última quarta-feira (4) e sem consentimento, de um vídeo que havia sido postado, há cerca de duas semanas, em seu perfil pessoal e restrito. A prefeita afirmou ter escolhido a dedo as 187 pessoas que tinham acesso àquele espaço virtual e se disse “extremamente violada” com a gravação e redistribuição do conteúdo. 

A gestora informou que sua equipe já está tomando as providências jurídicas cabíveis para responsabilizar os envolvidos. “Temos, sim, algumas desconfianças de quem possa ter vazado o vídeo. Eu espero de verdade que a gente consiga chegar a um nome e eu tenho certeza que a Justiça vai fazer valer o meu direito”, declarou.

Julgar uma mulher pelo corpo ainda é prática comum, diz gestora

Mas os efeitos, segundo ela, não pararam na invasão de privacidade. “A mulher que sai para uma festa é [vista como] a mulher que só vive embriagada — e ela às vezes nem bebe. A mulher que coloca um biquíni não é digna de respeito. A mulher que grava um vídeo ou que posta uma foto na internet é porque quer aparecer com o corpo”, desabafou.

Segundo a gestora, esse tipo de julgamento continua enraizado na sociedade brasileira, e se intensifica quando as vítimas são mulheres em posição de liderança. “A mulher não é menos ou mais mulher porque usa um short curto, porque usa um biquíni, porque é prefeita ou vereadora e sai para uma festa. Mas infelizmente é isso que a gente vive no dia de hoje”, analisou.

Patrícia Alencar, prefeita de Marituba (MDB-PA) (Igor Mota / O Liberal)

Mesmo diante das críticas, Patrícia afirma que não pretende recuar. Ao contrário, diz se sentir fortalecida pelo apoio que recebeu. “Recebi apoio de deputadas, de prefeitas, de vice-prefeitas, de empresárias. Recebi apoio das seguidoras, através de mensagens no meu WhatsApp, de mensagens diretas nas redes sociais. Isso é o que me fortalece para seguir adiante, para erguer a cabeça”, revelou.

Ela também destacou que o episódio não a afastou das ruas nem da agenda administrativa. “A prefeita tá na rua asfaltando, tá na unidade de saúde vendo se tá tudo ok, dentro dos nossos hospitais”, afirmou. “Ontem [5], na abertura do maior São João da história de Marituba, desci do camarote, fui para o meio do povo, para a arquibancada. E é muito, muito bom se sentir acolhida por mulheres e homens de verdade. Me senti amada”, acrescentou.

A entrevista encerrou com uma reafirmação daquilo que, para a prefeita, é inegociável: o direito das mulheres de não se esconderem atrás de expectativas impostas.

“Você tem que ser o que você quiser — e ser o que você quiser não só de boca para fora. Ser o que você quiser é de direito, em qualquer dia, a qualquer hora, independentemente do que os outros vão achar, do preconceito, do machismo que a sociedade ainda tem até hoje”, concluiu.

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