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Na ofensiva, Ciro Gomes se apresenta como terceira via diante de Lula e Jair Bolsonaro

Pré-candidato à Presidência da República disparou contra possíveis concorrentes pela cadeira máxima do país

O Liberal

Pré-candidato à Presidência da República pelo Partido Democrático Trabalhista (PDT), Ciro Gomes concedeu entrevista exclusiva ao Grupo Liberal nesta segunda-feira (23). Durante cerca de uma hora, o pedetista comentou a situação política e econômica no país, afirmou que não acredita em uma ruptura institucional e fez duras críticas à gestão do presidente Jair Bolsonaro e do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva.

Para Ciro Gomes, o país pode ter uma alternativa à polarização e garante que estará no segundo turno das eleições, afastando inclusive a especulação sobre uma chapa com Lula. Ciro Gomes já foi deputado estadual e federal, prefeito de Fortaleza, governador do Ceará e ministro da Fazenda no governo Itamar Franco e ministro da Integração Nacional no governo Lula.

No conceito de Redação Integrada adotado pelo Grupo Liberal, esta entrevista foi veiculada por OLiberal.com, pelos jornais impressos O Liberal e Amazônia e também pelo Sistema Liberal de Rádios, tanto na FM, quanto na AM. Mais detalhes estão disponíveis nas redes sociais de OLiberal (Facebook, Instagram e Twitter).

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Confira abaixo alguns trechos da entrevista:

P: Dentro do que o senhor chama de fake news, tem-se visto muito nas redes a frase “Abandonou o país e foi para Paris”. Já vimos reproduções de falas suas dizendo que iria novamente a Paris. Isso procede?
R: Isso é a mentira que o Lula prega e repete para tirar a responsabilidade dele. É ou não é verdade que o Lula mentiu dizendo que era candidato sem poder ser? O Lula disse a esse imenso país sofrido que era candidato de dentro da cadeia, quando a Lei da Ficha Limpa dizia que não. Mas, explorando a boa vontade do nosso povo sofrido e machucado, anunciou-se candidato. Na sequência, montou uma fake news dentro da fake news, que foi lançar o Haddad. Por que o Haddad? Porque ele tinha acabado de perder as eleições em São Paulo um ano antes do processo eleitoral, e perder eleições é normal, mas o Haddad tirou 16% no cargo de reeleição a prefeito de São Paulo. O Lula não escolheu o Jaques Wagner, que ganhou eleição, não escolheu um homem decente como Tarso Genro. Escolheu exatamente alguém para continuar mandando, como fez com a Dilma. Eu fui para o debate da Globo com uma sonda pendurada na perna, fiz duas cirurgias. Se tem um brasileiro que não se omitiu diante do país, esse brasileiro se chama Ciro Gomes, sou eu. Eu me dediquei a lutar pelo Brasil e volto a dizer: com todos os meus eleitores, somados com os do Haddad, ainda faltavam 10 milhões de votos. O que o PT queria? Que eu fosse tomar 10 milhões de votos, de eleitores que votaram no primeiro turno no Bolsonaro para votar no Haddad sem ter votado em mim? Isso é o Lula sempre fazendo as merdas dele e procurando culpados.

P: A sua relação com o Lula é complexa. O senhor se sente magoado por não ter sido ungido em 2018?
R: Claro que não. Mágoa não cabe na política, muito menos para um homem de êxito como eu. Desculpa, a minha história é de muita autonomia. Não sou do PT e nunca fui do PT. Disputei contra o Lula em 1998, em 2002 e quando ele era candidato fake e mentiu para o povo brasileiro em 2018. Represento um conjunto de valores e propostas completamente diferentes daquilo que o Lula representa. Isso é uma história de vida. Para mim, o Lula não é o que é para muitos jovens brasileiros, esse mito que a propaganda construiu. Eu conheço o Lula desde sempre. Quando eu era jovem, deputado estadual, lutamos para redemocratizar o Brasil, e a forma que encontramos foi eleger o Tancredo Neves por dentro do colégio eleitoral da ditadura. O Lula ficou contra. Pelo gosto dele, quem tinha ganhado no colégio eleitoral era o Maluf. Depois, fizemos uma constituinte que refundou a democracia no Brasil, estabelecendo o estado democrático de direito e encerrando a ditadura. O Lula ficou contra. Eu apoiei a constituinte e ele se recusou a assinar. Depois fizemos o impeachment do Collor e a posse do vice, Itamar Franco. Era óbvia a consequência do impeachment, o país estava caindo aos pedaços, e o Lula ficou contra. O Lula, que não pediu impeachment do Bolsonaro, pediu do Itamar Franco. Depois eu ajudei a fazer o Plano Real, que encerrou quase 30 anos de superinflação e carestia na costa do povo brasileiro. O Lula foi contra. Bolsonaro ficou contra, os dois foram contrários ao Plano Real. Na eleição de 1989, só uma pessoa perdia para o Collor. O Covas ganhava, o Brizola ganhava. O Lula foi lá, só pensando em si mesmo. Claro que alguma coisa boa ele fez, eu nunca neguei isso. Podem achar que é contradição, mas não é. É porque eu sou uma pessoa que cultiva a verdade, ao contrário do Lula, que tem muito desapreço à verdade. Se tudo isso que estou dizendo é verdade, fica claro que o interesse do Lula não é o povo brasileiro, é ele próprio.

P: Entre ele e Bolsonaro, como o senhor se posiciona?
R: O maior adversário é o Bolsonaro, porque ele repete o mesmo modelo econômico do Lula, mas o faz de forma fascista, antidemocrática, xenofóbica, genocida. E isso estabelece uma diferença absoluta da água para o vinho entre o Bolsonaro e o Lula. Qualquer pessoa serena e equilibrada há de estabelecer essa diferença. Não estou falando de pessoa, estou falando de modelo econômico. Qual é o modelo econômico do Lula? É o mesmo do Fernando Henrique, que liquidou o crescimento brasileiro. Câmbio flutuante, superávit primário, meta de inflação. Qual é o modelo econômico do Bolsonaro? Câmbio flutuante, superávit primário, meta de inflação. E o modelo de governança política? Corrupção levada ao centro do modelo de poder. O Lula compreende que a diferença entre ele ser um democrata e o Bolsonaro não ser, mas o resto, o modelo de governança política e o modelo econômico, é rigorosamente o mesmo. Eu me enquadro não contra o Lula ou contra o Bolsonaro. Eu quero mudar. Mudar o modelo econômico, que faz o Brasil ser o país que menos cresce no mundo, e mudar o modelo de governança político, enfrentando essa corrupção orgânica que se entranhou no Brasil.

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