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Médico diz na CPI que pacientes de Belém foram curados com corticoide

Infectologista ainda afirmou que Governo do Estado utiliza o medicamento para o tratamento precoce

THIAGO VILARINS - SUCURSAL DE BRASÍLIA (DF)

O médico infectologista Francisco Eduardo Cardoso Alves afirmou ontem, durante reunião da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, no Senado Federal, que Belém superou a crise do colapso da saúde devido a pandemia do novo coronavírus, em maio do ano passado, em razão do tratamento experimental de corticoide nos pacientes internados com a doença. O médico ainda completou que a experiência bem-sucedida levou o governador Helder Barbalho a instituir no protocolo de prevenção do Estado, o tratamento precoce  com corticoide. 

A afirmação foi feita após o questionamento do senador governista Marcos Rogério (DEM-RO), que citou o estudo do imunologista Roberto Zeballos que defende que os "corticoides evitam o desenvolvimento de um quadro inflamatório no paciente". Em entrevista recente, Zeballos descreveu a sua experiência com os paraenses. "O Pará não tinha hospital, nós demos uma solução oral e graças aos heróis paraenses houve um resultado absurdo. Nós vimos mais de 500 casos que estavam precisando de hospital, perdemos só três casos. Naquele momento eles estavam em desespero e eu dei a solução porque eu estava vendo o resultado do corticoide na veia", narrou.

Marcos Rogério questionou sobre o estudo: "É verdade que os médicos e pesquisadores que foram pioneiros na utilização de corticoide para Covid afirmam ter ajudado a tirar do colapso a cidade de Belém? Parece que há até um estudo do doutor Zeballos e de colaboradores narrando essa exitosa experiência em Belém. Você tem conhecimento também?"

Em resposta, o médico Francisco Alves confirmou o resultado e deu detalhes desta experiência nos pacientes beleneneses. "Belém colapsou em maio de 2020 numa situação trágica. E na época o Dr. Zeballos, que foi, de fato, o pioneiro aqui no Brasil a falar de corticoide para Covid,  junto com outros colegas que já passavam a seguir, inclusive eu,  essa abordagem, essa transmissão de conhecimento. Eu não tive nenhuma participação, em nada do Pará, mas eu sei que vários colegas foram para o Pará, para tentar resolver a situação e com a instituição de um protocolo de tratamento que incluía a corticoterapia, os  casos desabaram", relatou.

"Desde então, o Governador do Pará, Helder Barbalho, tem instituído o protocolo de tratamento precoce pra população e a verdade é que Belém e o Estado do Pará, como um todo, em que pese, ainda está em regime de alerta, por conta da pandemia, a gente nunca mais ouviu falar do que aconteceu lá, como houve em maio de 2020", completou, ressaltando que esse estudo do colapso de Belém já está em “preprint” para ser publicado em revista internacional.

O Liberal procurou a Secretaria de Saúde do Estado do Pará (Sespa) para se posicionar sobre a declaração do uso precoce de corticoide para a covid, mas até o fechamento desta reportagem não teve resposta. Já a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), através de nota, lembrou que a atual gestão só assumiu a administração da saúde no município de Belém em 1º de janeiro deste ano e que até a presente momento não houve colapso da rede pública de atendimento aos casos da Covid-19.

"A Sesma ressalta que não adota qualquer protocolo para 'tratamento precoce de Covid 19', nem com uso de corticoides ou qualquer outra droga específica, já que conforme estudos científicos consolidados e amplamente divulgadas no mundo, não existe medicação específica para a doença. A atual gestão da saúde, em Belém, adota um plano de enfrentamento à Covid-19, baseado nas medidas preventivas preconizadas mundialmente de proteção individual e isolamento social, além de estratégias que garantem o atendimento precoce aos casos suspeitos da doença em Clínicas de Campanha. Nestes espaços são promovidos atendimentos de testagem rápida imediata aos pacientes com sintomas gripais para a adoção de medidas que evitem a transmissão, bloqueando assim a propagação da doença. A Sesma também acompanha e orienta as pessoas com diagnóstico confirmado, garantindo suporte hospitalar para os casos moderados e mais graves da doença", conclui o comunicado.

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