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Lula vai se encontrar com chanceler alemão que criticou Belém na COP 30

Reunião acontece neste sábado (22), às margens da cúpula do G20, na África do Sul

Hannah Franco
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá, neste sábado (22/11), uma reunião bilateral com o chanceler da Alemanha, Friedrich Merz, às margens da 20ª cúpula do G20, realizada em Joanesburgo, na África do Sul. O encontro ocorre em meio ao mal-estar diplomático provocado pela fala de Merz sobre Belém, sede da 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30).

Merz gerou polêmica na semana passada após declarar que a comitiva alemã ficou “contente” ao deixar a capital paraense e retornar à Europa. Em resposta, Lula afirmou que o chanceler deveria ter aproveitado melhor a cultura e a culinária paraense durante sua estadia.

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Na última quarta-feira (19/11), Merz tentou amenizar o clima e declarou acreditar que Lula “aceitará” sua observação de que a Alemanha é “um dos países mais bonitos do mundo”. Ele afirmou esperar um encontro “sem constrangimentos” com o presidente brasileiro durante a cúpula do G20.

O chanceler relatou ainda ter enviado “cordiais saudações” a Lula por meio do ministro alemão do Meio Ambiente, Carsten Schneider, que se reuniu com o presidente brasileiro durante a semana. O chanceler lembrou o encontro pessoal que teve com Lula em Belém e afirmou acreditar que a reunião na África do Sul ocorrerá de forma amistosa, apesar da repercussão negativa da fala anterior.

“Presumo que teremos mais uma boa conversa na África do Sul, sem qualquer peso ou constrangimento”, disse Merz. “Eu disse que a Alemanha é um dos países mais bonitos do mundo, e acho que provavelmente o presidente Lula também aceitará isso.”

A reunião entre Lula e Merz ocorre em um momento de intensa movimentação diplomática durante a cúpula do G20, que reúne chefes de Estado e governo das maiores economias do mundo para discutir pautas comuns, incluindo meio ambiente, desenvolvimento e cooperação internacional.

O que aconteceu

A declaração ocorre após Merz ter feito uma comparação depreciativa entre Brasil e Alemanha em um discurso no Congresso Alemão do Comércio, na última semana. Ele citou sua visita a Belém dias antes para destacar qualidades da Alemanha.

No evento, Merz afirmou que perguntou a jornalistas que o acompanhavam no Brasil se alguém gostaria de permanecer no país, e que ninguém levantou a mão.

"Senhoras e senhores, nós vivemos em um dos países mais bonitos do mundo. Perguntei a alguns jornalistas que estiveram comigo no Brasil na semana passada: 'Quem de vocês gostaria de ficar aqui?' Ninguém levantou a mão. Todos ficaram contentes por termos retornado à Alemanha, na noite de sexta para sábado, especialmente daquele lugar onde estávamos".

Porta-voz diz que não haverá desculpas

O porta-voz do governo alemão, Stefan Kornelius, informou que Merz não irá se desculpar pelo comentário. Ele afirmou que o chanceler não expressou “desagrado” ou “repulsa” pela cidade e disse que suas palavras foram interpretadas “de maneira distorcida”.

Kornelius destacou que a viagem ao Pará deixou em Merz uma “impressão muito positiva” e reforçou que o Brasil segue como principal parceiro geoestratégico da Alemanha na América do Sul. Segundo ele, o comentário se referia ao cansaço da delegação após um voo noturno e uma agenda intensa em Belém.

O porta-voz também afirmou que, ao dizer que a Alemanha é “um dos países mais bonitos do mundo”, Merz não fez um julgamento depreciativo sobre o Brasil. Kornelius reforçou que “o Brasil certamente também está entre os países mais bonitos do mundo”. Questionado sobre possíveis impactos diplomáticos, ele descartou qualquer consequência.

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