Lula diz que não romperá relação com Venezuela, mas reitera que não reconhece vitória de Maduro

Lula voltou a sugerir novas eleições para o país

Sofia Aguiar e Victor Ohana/Estadão Conteúdo
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O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que não pretende romper relação com a Venezuela nem punir o país vizinho, diante do impasse do resultado eleitoral. Apesar disso, Lula fez críticas ao ditador Nicolás Maduro e disse que o comportamento dele "deixa a desejar".

"Acho que o comportamento do Maduro é um comportamento que deixa a desejar. Acho que aqui no Brasil, a gente aprendeu a fazer democracia com muito sofrimento. E você vê que, quando o cara é extremista, ele não aceita a derrota", comentou Lula, em entrevista à Rádio Difusora Goiânia nesta sexta-feira, 6.

O presidente brasileiro voltou a dizer que não reconhece a vitória de Maduro no processo eleitoral, mas tampouco reconhece que a oposição ao regime venceu. Na avaliação do petista, há duas soluções para o país vizinho: chamar novas eleições ou "fazer uma coalizão para que pudesse conviver democraticamente"

"Não reconheci o resultado eleitoral da Venezuela apenas exigindo que o Maduro tivesse entregue as atas para o Conselho Nacional Eleitoral, que tinha três membros do governo e dois da oposição. Ele preferiu não passar pelo colégio eleitoral e foi direto para a Suprema Corte. Então, eu me senti no direito de dizer que não reconheci aquilo resultado eleitoral, porque não estava correto", contou Lula. Em sua avaliação, Maduro deveria convocar nova eleição para provar o resultado.

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Diante do impasse, Brasil e Colômbia estão trabalhando juntos em torno da questão. "Não aceitamos o resultado das eleições, mas não vou romper relações, e também não concordo com a punição unilateral, bloqueio. Porque o bloqueio não prejudica o Maduro, prejudica o povo. E acho que o povo não deve ser vítima disso", disse o presidente brasileiro.

Na fala, Lula evitou chamar o regime de Maduro de "ditadura", mas classificou como um "rolo". Diante dos posicionamentos que tem tido sobre o assunto, o presidente brasileiro reconheceu que há discordâncias nos partidos de sua base.

"Aqui no Brasil, grande parte dos partidos que estão no meu governo não me apoiaram. E tem muita gente no meu governo", disse o presidente.

Ele, porém, disse que "precisa governar" e, para isso, precisa ter maioria nas votações na Câmara e no Senado.

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