‘Ferrogrão será prioridade’ diz presidente de frente parlamentar no Senado
Senador Zequinha Marinho (Podemos Pará) assumiu a presidência da frente mista e diz que vai tocar projeto

Em cerimônia no Senado Federal foi instalada, nesta quarta-feira (27), a Frente Parlamentar Mista das Ferrovias Autorizadas (Frenfer). O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) é o presidente do grupo parlamentar e destacou ao Grupo Liberal, que embora o foco sejam as ferrovias autorizadas, os trabalhos vão priorizar, também, ferrovias sob o regime de concessão, caso do projeto da Ferrogrão, considerado fundamental para o Pará.
“Estamos em contato direto e permanente com a ANTT (Ag ência Nacional de Transportes Terrestres) e nos foi confirmado que, no início de 2026, será possível iniciar o processo de leilão da ferrovia. Enquanto isso, continuamos acompanhando e pressionando para que as instituições a vancem com os finalmentes relativos à Ferrogrão", destacou Marinho, na tarde desta quarta-feira (27).
A Ferrogrão consta na lista das obras da nova fase do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Ela tem 933 quilômetros de extensão e vai ligar as cidades de Sinop (MT), um dos maiores produtores de grãos, e o município paraense de Itaituba (PA), no sudoeste do Pará, por meio do porto de Miritituba.
‘Menos de 20% da matriz de transportes é coberta por ferrovias’, aponta senador
No lançamento da Frente Parlamentar Mista das Ferrovias Autorizadas (Frenfer), nesta quarta-feira, foi abordado o Plano Nacional de Logística (PNL 2025), da Empresa de Planejamento e Logística (EPL). O Plano aponta que o Brasil tem 29 mil km de trilhos ferroviários, a mesma extensão que o país possuía em 1922. Desse total, apenas 7 mil km estão em plena operação.
Os outros 13,5 mil km apresentam baixa densidade de tráfego e 8,5 mil km restantes se encontram em estado de subutilização e não têm operação comercial. Para o presidente da Frenfer, senador Zequinha Marinho, é necessário “abrir o debate com a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres)” a fim de que o governo federal invista em outros modais e diversifique a matriz logística que, atualmente, é dominada em 65% pelo eixo rodoviário".
“Nós temos malhas ociosas, gargalos de capacidade, trechos sem operação e operadores que, muitas vezes, agem como donos exclusivos de um ativo que não é deles, mas do Brasil. O compartilhamento de infraestrutura precisa ser realidade”, destacou Zequinha.
Lei das Ferrovias foi aprovada em 2021
Marinho diz que é preciso fomentar os projetos de ferrovias autorizadas. Desde que a Lei das Ferrovias foi aprovada, em 2021, passou a valer o regime de autorização para esse tipo de serviço. Antes, as ferrovias só funcionavam em regime de concessão que, para o setor, era mais lento e burocrático.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Ferrovias Autorizadas (Abrafa), José Roberto Barbosa, o novo marco regulatório já garantiu “milhares de quilômetros, requeridos e aprovados, muitos em fase de licenciamento e desapropriação, todos com investimento privado direto. É um marco histórico. Pela primeira vez, o Brasil está vendo nascer ferrovias modernas sem depender do orçamento público”, enfatizou ele.
Barbosa disse que a instalação da Frente é uma “mensagem clara ao Brasil e ao mundo de que o país está comprometido em diversificar sua matriz logística, reduzir custos de transporte, promover a descarbonização e garantir competitividade ao agronegócio, à indústria e ao comércio”.
Até o momento, 20 senadores e 9 deputados federais integram a Frenfer. O senador Esperidião Amin (PP/SC) é o vice-presidente da Frente e ressalta que o grupo parlamentar funcionará como uma “alavanca” para impulsionar o desenvolvimento do país, sobretudo, o fortalecimento das ferrovias.
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