Expectativa para leilão de aeroportos paraenses é positiva

Especialistas entendem processo como natural considerando a crise econômica no Brasil

Eduardo Laviano
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Marcada para o terceiro trimestre de 2022, a última rodada do leilão de aeroportos do governo federal incluirá cinco aeroportos paraenses: Belém, Santarém, Carajás, Marabá, Altamira e Santarém. a expectativa é que os três primeiros anos de concessão já garantam um investimento de R$1,18 bilhão por parte da iniciativa privada em três anos. 

Considerando o momento difícil que a pandemia impôs ao setor aeroportuário, a notícia deve trazer alívio, na opinião de Denis Faria, presidente da Comissão de Infraestrutura, Logística e Desenvolvimento Sustentável.

"Muitos aeroportos que já foram privatizados no Brasil registraram aumento na demanda. Foi um setor muito atingido pela pandemia, inclusive com o fenômeno dos voos fantasmas, com quase nenhum passageiro. Com a vacinação, a tendência é de melhorar, o que torna o momento oportuno para os leilões", afirma.

Faria acredita que o gerenciamento e os serviços prestados no aeroporto demandam muita atenção e orçamento para serem executados de forma satisfatória. Para ele, é um gasto que a União não está em condições de arcar.

Ao mesmo tempo, ele advoga que as concessões devem ser pensadas apenas como uma parte de um plano amplo de apoio ao desenvolvimento da região, especialmente do ponto de vista da infraestrutura e do turismo.

"Creio que a privatização e o investimento em infraestrutura vai atrair mais investidores, mais demanda e mais voos. Mas não pode encerrar aí. O governo estadual tem um projeto arrojado para o Marajó de ter ICMS Zero, para atrair investimentos, por exemplo. Essa economia toda pode ajudar no projeto de retomada de crescimento no pós pandemia. As experiências que tivemos até então só não foram melhores por conta da pandemia", opina.

O montante a ser arrecadado é bem abaixo do total de outras rodadas dos leilões aeroportuários. O leilão da 6ª rodada, realizado em abril, rendeu ao governo federal R$ 3,3 bilhões. Já os 34 aeroportos concedidos nas duas últimas rodadas representam um investimento inicial de R$ 5,67 bilhões. 

A título de comparação, os aeroportos de Confins e Galeão, concedidos em 2013, foram arrematados por R$ 20,8 bilhões - e ambos possuem metade do fluxo de passageiros dos 34 aeroportos leiloados nas últimas duas rodadas.

Os números são um reflexo do cenário econômico nacional. Pablo Damasceno, do Conselho Regional de Economia, compreende como natural que o governo esteja tentando diminuir seu leque de responsabilidades considerando a crise econômica que se estabeleceu no Brasil nos últimos anos.

"Concessionar em tempos de crise é sinônimo de captar recursos e tirar um pouco do estado para investir em outras áreas, como saúde, infraestrutura e educação. É uma tendência global que eu não consigo ver impactos para a segurança nacional, como alguns criticam, pois o espaço físico segue sendo do estado e só a prestação de serviço é privado", lembra ele.

Ele enxerga que alguns impactos imediatos devem ser sentidos após as concessões serem oficializadas, mas também acredita que, no geral, a mudança é positiva.

"Acho que a primeira mudança visível será no nível de empregabilidade, com demissões e um ajuste técnico no perfil de funcionários. É possível que ocorra isso. Já no mercado, o impacto não será tão grande, nem no sentido de aeronaves ou de ofertas, mas, existe a possibilidade, a médio a longo prazo, da experiência do usuário melhorar. Teremos que esperar para ver", diz.

Atualmente, os cinco aeroportos prestes a serem leiloados pelo governo federal são de responsabilidade da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária, vinculada ao Ministério da Infraestrutura e criada em 1972.

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