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Ex-ministro-chefe do GSI detalha sua ação no Palácio do Planalto durante os ataques aos Poderes

General Gonçalves Dias nega colaboração com os golpistas e diz que cumpriu o principal, que era resguardar o andar da Presidência

O Liberal
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O general Gonçalves Dias, ex-ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), compareceu à CPI dos Atos Antidemocráticos na Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF), onde descreveu minuciosamente os eventos ocorridos no Palácio do Planalto, segundo seu ponto de vista, durante os ataques aos poderes em 8 de janeiro de 2023. Durante o depoimento, o general refutou veementemente quaisquer alegações de colaboração com os golpistas que perpetraram as invasões naquele dia.

"Existe narrativa de que eu facilitei. [...] Eu não mandei distribuir água e esse procedimento do major Natale está sendo ouvido em um processo de sindicância que eu mandei apurar. Mandei processo para apurar tudo que tinha acontecido e se houve responsabilidade das pessoas", declarou o general.

Nesta quinta-feira (22), o ex-ministro afirmou ter assistido aos ataques do térreo do Palácio do Planalto. Ele deu o seguinte depoimento sobre os fatos em 8 de janeiro:

“Assisti ao último bloqueio da PM de Brasília ser rompido antes que os vândalos chegassem ao Planalto. [...] Vi os manifestantes descerem da sede do Ministério da Justiça para o Palácio do Planalto.

"Ao ultrapassarem o estacionamento, eles encontraram uma tropa pequena do Batalhão de Guarda Presidencial, mas furaram esse bloqueio."

"Na avenida em frente ao Planalto, a resistência da PM foi vencida. A partir daí, começaram a agir como se tivessem uma coordenação e atuação, como se fossem cercar o Planalto."

General afirma que teve o ímpeto de reagir

"Claro que tive o ímpeto de reagir, de confrontar. Contudo, e adquirindo o autocontrole, concentrei-me na minha missão: não deixar que defasassem o núcleo central do poder palaciano, o gabinete do presidente, que fica no 3º andar. "

"Concentrei-me em retirar os vândalos do Palácio o mais rápido possível, de preferência, claro, sem baixas e sem confrontos sangrentos. Dei a ordem aos oficiais que estavam no Palácio. Era preciso alcançar o 4º andar, o último, e descer evacuando os manifestantes de cima para baixo. Isso foi feito."

"Quando subi do 2º para o 3º andar, numa sala de reuniões contígua ao gabinete presidencial, encontrei uma senhora, uma mulher mais jovem e um rapaz. A senhora estava assustada. A mulher, neutra. O rapaz estava profundamente alterado. Tivemos algumas altercações, evitei a violência e conduzi todos eles e mais alguns para o local de acesso à escada que os levaria ao 2º andar. Eu havia determinado que as prisões fossem feitas no 2º andar.”

"Cuidei pessoalmente de manter indevassado o gabinete da Presidência da República. Preservamos todo o 4º andar, as salas do gabinete pessoal do Presidente da República e bloqueamos o acesso aos anexos do Palácio. E repito: sem nenhuma gota de sangue."

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"Quando a minha ordem para que efetuassem prisões já tinha sido dada, o ministro Flávio Dino, da Justiça, telefonou-me e pediu que eu fosse ao ministério encontrá-lo. Escoltado pelo coronel Rogério, desci as escadas, passei pelo 2º andar, pelo térreo, pela garagem e alcancei a minha viatura."

"Pela via N2, dirigi-me ao Ministério da Justiça. Fui comunicado que o secretário-executivo dele, Ricardo Capelli, seria nomeado interventor da Segurança Pública do Distrito Federal. Ressalto: enquanto estávamos no Ministério da Justiça, as prisões já estavam ocorrendo no Palácio do Planalto."

"Restauramos o controle público e institucional da Ordem, sem nenhum confronto que tenha posto em risco vidas humanas – nem do nosso lado, nem do lado dos vândalos. Fiz tudo o que estava ao meu alcance."

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