'Eu não conheço a íntegra desse processo', diz advogado de Bolsonaro
Celso Vilardi afirma que volume de provas inviabilizou análise adequada e reclama de limitações durante os interrogatórios.

No segundo dia do julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado, o advogado de Jair Bolsonaro, Celso Vilardi, criticou duramente o andamento do processo e afirmou que a defesa do ex-presidente foi prejudicada por não ter tido acesso integral aos autos nem tempo suficiente para analisar o material reunido pela Polícia Federal e pela Procuradoria-Geral da República (PGR).
“Pela primeira vez em 34 anos de advocacia, eu não conheço a íntegra desse processo”, disse Vilardi, destacando que o volume de dados ultrapassa 70 terabytes.
Segundo ele, a quantidade de informações adicionadas ao processo impediu a defesa de exercer plenamente seu direito à ampla defesa.
“Não houve paridade de armas. Não tivemos o mesmo tempo que a polícia e a PGR", disse.
O advogado também reclamou da impossibilidade de fazer perguntas a testemunhas e a réus de outros núcleos durante os interrogatórios realizados na fase de instrução.
“Se o interrogatório é um meio de defesa e também um meio de prova, então é natural que cada defensor possa fazer perguntas aos demais acusados”, afirmou.
De acordo com Vilardi, um requerimento chegou a ser feito para permitir esse tipo de participação, mas foi negado.
Bolsonaro não comparece à sessão
O julgamento foi retomado às 9h desta quarta-feira (3/9), com as sustentações orais das defesas de Bolsonaro e de mais três réus. O ex-presidente não esteve presente no plenário. Segundo seu advogado, ele está bem de saúde, mas se ausentou da sessão por recomendação médica.
Na abertura do julgamento, realizada na terça-feira (2/9), o ministro Alexandre de Moraes enfatizou a defesa do Estado Democrático de Direito. Já o procurador-geral da República, Paulo Gonet, responsabilizou os réus por atuarem em um plano para tentar reverter o resultado das eleições de 2022.
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