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Epilepsia é tema de projeto aprovado na Assembleia Legislativa do Pará

Deputada estadual Dra Heloisa propõe a criação do Dia de Conscientização sobre a Epilepsia no Estado do Pará, a ser lembrado em 26 de março

Natália Mello

Como médica especialista em cardiologia, Dra. Heloisa vem dedicando seu mandato como deputada estadual para levantar algumas bandeiras, entre elas, a da saúde. No início do mês de abril, ela aprovou o Projeto de Lei nº 253/2021, que institui o dia 26 de março como o Dia de Conscientização sobre a Epilepsia no Estado do Pará e tem como principal objetivo trazer para o debate as ações necessárias para orientar sobre a doença, além de informar sobre diagnóstico e medidas de acolhimento aos portadores.

A ideia, com a proposição, é desmistificar informações e derrubar tabus, e mostrar que a epilepsia não é contagiosa e pode atingir qualquer faixa etária, qualquer classe social, além de lembrar, com as ações, o quanto essa pessoa precisa de apoio e amparo. Na entrevista, a parlamentar fala sobre números no Estado, tratamento para a doença e formas de acolhimento.

A epilepsia é uma doença neurológica que acomete pessoas de todas as faixas etárias. No Pará, que ações temos para sensibilizar sobre a doença?

Sim, é verdade! A epilepsia é mais prevalente na infância, mas pode se manifestar também na juventude e agora mais frequentemente, a gente tem tido muitos casos nos idosos, pessoas acima de 65 anos, esse é um segmento que tende a crescer porque as pessoas estão tendo mais longevidade. E aqui no Pará nós temos várias associações que dão apoio ao paciente, e principalmente à família do paciente, porque também temos que quebrar esses tabus, desmistificar e amparar os familiares para que eles possam lidar melhor com o dia a dia da pessoa portadora de epilepsia. 

Estima-se que 160 mil pessoas tenham a doença no Pará, que tipo de políticas públicas o PL m° 253/2021 propõe para atender esse público?

Esses números são alarmantes no estado do Pará, cerca de 160 mil pessoas são portadoras de epilepsia no estado, fora aquelas que a gente não consegue chegar, não têm o diagnóstico e que não conseguem ingressar no sistema de saúde para que a gente possa ter uma estatística mais atualizada. Aqui no Pará, a importância dessa lei que nós aprovamos agora é porque nós vamos começar nas escolas, tanto públicas quanto privadas, a conversar sobre o tema, a desmistificar, a quebrar os preconceitos, a poder abraçar essas crianças e fazer com que os outros entendam que a epilepsia não é transmissível e que podem sim conviver em sociedade. Então é muito importante a abrangência que vai ter esse projeto no estado do Pará e a chamada de atenção para toda sociedade, que a gente pode e deve dar a mão a pessoa com epilepsia, apoiar a família dessa pessoa e transformar essa realidade.

Como sensibilizar a população, inclusive, sobre a melhor forma de acolher pessoas com a doença?

A população precisa de informação, então isso que nós estamos fazendo hoje, esse bate-papo, é importantíssimo, porque a informação vai levar à correta condução do caso que a epilepsia não é transmissível, que epilepsia pode conviver com a pessoa normalmente, que a pessoa portadora de epilepsia pode trabalhar, pode ser útil à sociedade. Então, fazendo essas campanhas, usando os meios de informação, como vocês hoje estão dando esse canal para que a gente possa chamar a atenção e esclarecer, é isso que a lei prevê, é isso que nós queremos fazer, uma grande campanha no estado do Pará, para esclarecer, apoiar, amparar, assegurar o medicamento e o tratamento dessas pessoas.

Como médica, que informações importantes devem ser repassadas para desestigmatizar a doença e não discriminar pessoas que tenham episódios constantes de epilepsia?

Como médica, e agora como deputada, eu me sinto muito feliz de ter essa oportunidade da gente colaborar efetivamente para que as pessoas que tem epilepsia possam mudar o seu dia a dia, para que elas não sofram bullying. Antigamente diziam “ah a pessoa é lesa”, ela não é “lesa”, ela pode tá tendo uma crise de ausência, ela simplesmente fica parada uns segundos olhando para o nada, então é uma crise de ausência e daqui a pouco volta. O mais legal é que se você consegue ter coragem de dizer que você tem epilepsia, que você sabe que não é transmissível, que você toma o seu remédio, que você faz o seu tratamento e compartilhar isso no teu trabalho para que um dia, em uma eventualidade você passe mal, alguém saiba te amparar de forma correta. Então insisto em dizer que essas campanhas que hoje nos estabelecem, que hoje nos abrem oportunidade, junto com leis que façam chegar de forma efetiva no estado inteiro, nós vamos poder transformar o dia a dia de muitas pessoas.

Como o legislativo e o executivo podem trabalhar para a melhoria desse cenário no Pará?

Os poderes têm que ser independentes e complementares, nós aqui como deputados temos que fazer a lei e fazer valer a lei, mas quem aplica a lei, quem vai levar para o dia a dia das pessoas, quem vai através da secretaria de educação, secretaria de saúde, fazer com que os programas cheguem até as pessoas, é o executivo. Então a união dos dois poderes é muito importante. O Pará é um país, o Pará é gigantesco! Ou todos nós temos isso em mente e fazemos a nossa parte, ou vai ficar difícil poder alcançar todos aqueles que precisam.

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