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Em ato em SP, Boulos defende barrar 'anistia light': 'Não tem meio termo'

Estadão Conteúdo

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) disse neste domingo, 21, durante manifestação na Avenida Paulista, que o Congresso precisa derrotar o que chamou de "anistia light" aos condenados nos ataques de 8 de Janeiro. "Não tem meio termo", afirmou. Os atos convocados por centrais sindicais, partidos de esquerda e artistas ocorrem em pelo menos 25 capitais e 30 outras cidades brasileiras neste domingo, 21, contra a anistia a golpistas e a PEC da Blindagem.

Na Paulista, o protesto reúne cerca de 42,4 mil pessoas. Uma grande bandeira do Brasil foi estendida perto do Masp, em um contraponto ao símbolo dos Estados Unidos levado por bolsonaristas para a manifestação pró-anistia em 7 de Setembro. A manifestação ocorre em meio às críticas ao projeto de lei da anistia, que teve urgência aprovada na Câmara, e que passou a ser chamado de PL da Dosimetria pela relator, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP). O parlamentar pretende apresentar um texto para reduzir as penas de condenados por atos golpistas.

A Câmara também está sendo criticada por ter aprovado a chamada PEC da Blindagem, que dificulta a abertura de processos criminais contra parlamentares ao exigir o aval do Congresso. O texto é uma reação a medidas do Supremo Tribunal Federal (STF) contra congressistas.

O ato reuniu partidos, movimentos sociais e centrais sindicais em defesa da punição aos golpistas. Em São Paulo, o protesto ocorre na Avenida Paulista, em frente ao Masp. "Não tem meio termo, não tem 'anistia light'. Vamos trabalhar contra. Vamos sepultar a anistia. Ficou claro que tem de um lado quem quer defender bandido com a PEC da Blindagem e anistiar golpista. Do outro, quem é a favor da democracia e não quer esse absurdo", disse Boulos.

Em vários momentos, os manifestantes vaiaram o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Os três foram os principais alvos dos políticos que se revezaram no carro de som.

Tarcísio tentou articular apoio à proposta de anistia em Brasília e também foi citado por Boulos no discurso. Ele questionou se Tarcísio pretende ser candidato à Presidência e disse que a faixa presidencial "não foi feita para covarde". Apadrinhado por Bolsonaro, o governador é hoje um dos principais nomes da direita para a disputa presidencial em 2026.

No mesmo tom de Boulos, a deputada Tabata Amaral (PSB-SP) criticou as propostas em destaque no Congresso. Disse que o Parlamento precisa voltar a representar as demandas da sociedade e não aliviar penas de golpistas. "Eles estão desesperados, sabem o que fizeram e que não têm saída. A gente é muito mais forte. O Brasil está mostrando uma resiliência muito grande, não podemos deixar os golpistas saírem impunes, se não a mesma coisa que vimos pode se repetir", declarou.

O deputado Ivan Valente (PSOL-SP) chamou a proposta aprovada pela Câmara de "PEC da Bandidagem" e a classificou como uma articulação entre o Centrão e o bolsonarismo. "Deputados e deputadas que querem impunidade para cometer assassinatos, corrupção, roubalheira, emendas fraudulentas, racismo, pedofilia vão parar na cadeia. Lugar de bandido é na cadeia", discursou.

As mensagens de políticos e populares na Avenida Paulista também faz alusões ao início da disputa eleitoral de 2026. Entre músicas e discursos, manifestantes puxavam gritos de "Lula presidente". Apesar das críticas à PEC, o PT não marcou presença em peso no ato. Estiveram na Paulista o presidente da sigla, Edinho Silva, e o deputado federal Rui Falcão (PT-SP). A ausência de outras lideranças ocorreu em meio ao mal-estar provocado pela votação na Câmara, quando 12 deputados petistas apoiaram a proposta da blindagem.

Diferentemente de outras manifestações promovidas por partidos da esquerda, desta vez houve adesão para além das centrais sindicais e dos movimentos sociais. O tema da soberania também esteve presente em cartazes com frases como "Viva a soberania do Brasil" e "A soberania é do povo". As reações foram uma resposta à articulação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL) com o governo americano para pressionar o Supremo em meio à condenação do ex-presidente Bolsonaro.

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