Em Ananindeua, estudantes de Relações Internacionais recriam Assembleia Geral da ONU
Evento acadêmico debate o papel da ONU e a Guerra no Oriente Médio

A 13ª Edição da Simulação das Nações Unidas (SIONU), evento anual dos alunos de Relações Internacionais da UNAMA - Universidade da Amazônia, foi aberta nesta terça-feira (24). Até quinta-feira (26), os universitários discutem artigos acadêmicos e recriam a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU). Esse ano em especial, o evento conta com alunos do Ensino Médio.
Em entrevista exclusiva para Rádio Liberal, nesta quarta-feira (24), o coordenador do curso de Relações Internacionais, professor doutor Mário Tito falou sobre o papel da ONU na atualidade e sobre a guerra no Oriente Médio, temas abordados pelos universitários na 13ª Edição da SIONU.
O internacionalista observou que a ONU necessita de uma mudança interna estrutural para acompanhar o desenho geopolítico atual, pois a organização das nações unidas representa uma distribuição de poder e de forças no mundo desde 1945, após a Segunda Guerra Mundial.
"A ONU foi formatada para ser uma arena decisória, mediadora de conflitos, para que os horrores da primeira, e, em especial da segunda guerra mundial, não se repetissem mais. Mas, o jogo de forças e de poder mudou muito, isso significa dizer que ela precisaria se adaptar a essa distribuição de poder contemporâneo”, assinalou Mário Tito.
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Ele recordou, por exemplo, que na origem da criação da ONU, a entidade abrangeu 51 países, que era quase a totalidade dos países existentes, à época. Hoje, são 194 países.
“Isso enseja também uma crise, porque de alguma forma, não só os países, que exercem mais poder no mundo pedem mais espaços nos processos decisórios, como também países que antes não existiam, pedem mais espaços nessas discussões. Além do que, questionam, por isso a crise. Os processos decisórios do Conselho de Segurança ainda é um espaço de exercício de poder das nações dominantes, como Estados Unidos, Inglaterra, França, Rússia e China”.
Guerra no Oriente Médio
Sobre o conflito no Oriente Médio, o coordenador do curso de Relações Internacionais da Unama, o professor Mário Tito responsabilizou em parte a ONU, por sua tardia ação em duas decisões: dar guarida à criação do Estado da Palestina e identificar a iminência do atual conflito na região.
"O conflito entre a extrema direita de Israel, liderada pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu contra o Hamas, que fez uma ação, dentre tantas que já aconteceram ao longo dessa história, por Israel e Palestina, uma ação violenta sobre o território de Israel, a ONU, na verdade, tem uma série de possibilidades", disse o professor.
Para Màrio Tito, "uma parte do problema de se ter o acirramento da violência naquela região também é culpa da ONU. Em 1948, a ONU criou o Estado nacional de Israel e o Estado da Palestina. Mas, por interesse das grandes potências, o Estado de Israel foi criado, mas o Estado da Palestina não foi criado.
O professor acrescentou: “o fato é que hoje existe o estado de Israel criado efetivamente, mas a ONU não deu toda a guarida para se criar o estado nacional da Palestina, então nesse sentido, a ONU precisa reconhecer que lá atrás ela não fez todos os esforços devidos. Segundo ponto, houve tardiamente ações do secretário-geral da ONU e também dos mediadores de conflitos para entender que ali estava se ao momento crítico, antes do ataque do Hamas, e abrir possibilidades para resolver. Porém a ONU fica de braços cruzados quando ela não pode interferir na soberania dos estados, nesse caso, me refiro à soberania do estado de Israel”.
A programação é aberta ao público e os estudantes interessados em participar podem se inscrever presencialmente. Outras informações, acesse: unama.br.
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