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Deputada afirma que ONGs são responsáveis por energia cara no Pará e no Amapá

Sílvia Waiãpi declarou em entrevista ao Grupo Liberal que a atuação das organizações na Amazônia atrasa o desenvolvimento da população

O Liberal

A deputada federal Sílvia Waiãpi (PL/AM) afirmou que as Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na Amazônia são as responsáveis pelos altos preços de energia elétrica que a população residente do Pará e do Amapá, ambos na região Norte do Brasil, consome. A declaração foi feita em entrevista ao Grupo Liberal, durante a avaliação da congressista sobre a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) criada para investigar o desenvolvimento das instituições.

“Nós sabemos que o Pará e o Amapá são um dos estados que pagam uma das energias mais caras do Brasil, mas entregam energia para o país. Por que eles pagam mais caro? Porque, muitas das vezes, essas torres de transmissão, para passar em determinado território, são bloqueadas por políticas e pressões internacionais. Então o custo aqui se torna exacerbado e é remetido para a população que habita a região. O próprio povo do Pará tem pagado um preço muito caro por causa de interferência de organização não governamental”, disse.

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Segundo a deputada, as ONGs fazem pressão política na Amazônia para que os povos vivam “dentro de um ideal imaginário criado para uma sociedade”. “Esse ideal nos condena a viver em 1.500”, lamentou. Nesse sentido, a CPI instaurada pelo Senado Federal é considerada pela parlamentar como um “clamor dos povos do Norte brasileito”. “A comissão é esperada há quase 10 anos. O Norte pede ajuda na questão do seu desenvolvimento, para que se acabe com a pobreza e que se melhore o acesso, leve tecnologia, saúde de qualidade…”

Segregação

Além da interferência denunciada, Sílvia apontou que o povo é segregado para viver em prol de outros domínios. “No momento que você mantém o povo segregado, vivendo sob o domínio de uma outra civilização que domina ciência e tecnologia, você passa a dominar, coordenar e comandar aquele povo. Isso aconteceu em 1.500, quando houve a chegada de desbravadores nesse país, então, eles chegaram dominando uma ciência, a navegação, e uma tecno, chamada pólvora, e arma de fogo”.

O resultado desse cenário, conforme explica a parlamentar, é o atraso no desenvolvimento dos povos que vivem na região. “Quinhentos anos se passaram e nós continuamos sem barco, sem pólvora e sem a possibilidade de termos uma arma para nos defender. Manter a região norte e amazônida com um povo que não domina ciência e tecnologia e que não tem possibilidade desse desenvolvimento significa dominar a qualquer momento e essa é a nossa preocupação, porque muitas pessoas tiveram o pensamento sequestrados”, destacou.

Precariedade de serviços

Outra denúncia abordada por Sílvia ao Grupo Liberal é a precariedade de serviços encontrados na floresta - situação que a deputada diz ser tida como uma forma das ONGs “condenarem à morte a perda da cidadania”. “Eu não sei onde está a poesia em passar dias e dias dentro de uma estrada ou no meio do mato para tentar obter um socorro, não sei onde está a poesia que condena ou deixa que crianças sejam sacrificadas em nome de uma cultura. Não temos cintilografia dentro das florestas, ou uma tomografia…”.

“Existem organizações e organizações. Existem organizações, inclusive, que fazem parceria com o governo na proposta de construir postos de saúde, sem nenhum ônus, desde que o Brasil, o SUS [Sistema Único de Saúde], o Ministério da Saúde, entre com a equipe completa para a atuação. Nós tivemos oportunidade de trabalhar com uma ONG desse jeito. Então, na realidade, não é uma caça às ONGs e sim a identificação de organizações que atuam com dinheiro internacional para interferir na soberania do Brasil” concluiu Sílvia.

Nesse sentido, a deputada ressalta que é preciso uma virada de chave para que a tecnologia na Amazônia seja usada e que, assim, a soberania do Brasil seja mantida. “As nossas propostas são de que todo e qualquer recurso que beneficie a nação brasileira, ele possa, sim, ser utilizado a favor do seu próprio povo. Nós devemos avançar em ciência e tecnologia para que nós, enquanto nação, não sejamos dominados e escravizados como foi no passado. Eu defendo a utilização das tecnologias, dos nossos recursos naturais dentro da legalidade”.

Deputada alega que poder público também interfere na região

Na entrevista, Sílvia Waiãpi expôs que alguns membros do poder público também agem de forma inadequada dentro da Amazônia. “Eu era secretária nacional de saúde e tinha o dever de fiscalizar as ações de saúde dentro de reserva indígenas. Quando eu ousei perguntar o horário de atuação do médico dentro da aldeia, o Ministério Público de Santarém se posicionou contra, dizendo que eu jamais deveria interferir em quem entrava ou deixava de entrar nas terras”.

“Foi alarmante. Como assim eu pago alguém e eu não posso nem fiscalizar se esse alguém está atendendo? Havia uma denúncia de que aviões do governo, pagos pelo próprio governo, desciam numa pista de pouso e depositavam bombonas de combustível. Descia um avião deste médico. Eu perguntava o horário, porque eu queria cruzar esses dados, de que o avião dele descia e pegava essas bombonas de combustível e voava em destino ignorado. Então, a partir dessa informação, nós perguntamos o horário dele e ficamos impressionados pelo fato de sermos impedidos pelo Ministério Público Federal com atuação”, completa.

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