Comitiva do Governo do Pará apresenta ações e busca financiamento na Cop-26, na Escócia

O Pará chega à Conferência do Clima para reafirmar o compromisso estadual com as metas brasileiras fixadas no Acordo de Paris, válido desde 2016.

Natalia Mello
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Três pontos norteiam a participação do Governo do Pará na 26ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorre em Glasgow, na Escócia: como fazer o uso consciente da terra, como trabalhar a bioeconomia, e uma terceira agenda, transversal às duas primeiras, que é como captar financiamento e gerar desenvolvimento partindo desses eixos. A COP-26, como é chamada a maior reunião global sobre o clima, começou no domingo, 31 de outubro. Já a participação do Pará terá início na sexta-feira (5).

A comitiva de Belém vai se reunir com representantes de coalizões internacionais pelo clima, além de especialistas ambientais e empresários interessados em contribuir com projetos e empreendimentos no âmbito da economia verde fomentada pelo Estado. Segundo a diretora de Mudanças Climáticas, Bioeconomia e Serviços Ambientais da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Camile Bemerguy, a intenção é apresentar no evento as ações e programas desenvolvidos pelo governo desde a última edição da COP, realizada em Madrid, na Espanha.

“Ao longo dos dois últimos anos, o estado vem avançando a passos largos na construção das suas ações. Chegamos na COP-26 para mostrar as que dão conta dos desafios das mudanças climáticas e também dos desafios de construir uma economia de baixo carbono. A conciliação desses dois desafios trazem uma urgência e a necessidade de ações de financiamento. O desafio é chegar na COP-26 com esse olhar de apresentar o que temos e daqui em diante dar escalabilidade a essas ações. Dois temas muito importantes são o desmatamento e a inclusão e o empoderamento dos povos e comunidades que protegem a floresta, que precisam ser ouvidos”, explica Camile.

Desta forma, a diretora acredita que o Pará irá alcançar um novo momento, em que contemple as preocupações do mundo atual, que são as mudanças climáticas, e os impactos destas na sociedade em que se vive. O secretário adjunto de Recursos Hídricos, Clima e Bioeconomia, Raul Protázio, lembra que participar do evento é uma espécie de prestação de contas com a comunidade mundial.

 “O foco do governo do Estado na Conferência do Clima vai ser primeiramente prestar contas com a comunidade internacional do plano estadual Amazônia Agora, que é um plano de redução das emissões de gases de efeito estufa e desenvolvimento social e econômico lançado na Conferência do Clima anterior, de 2019, em Madrid. Dois anos depois, o governo vem prestar contas, mostrando seus avanços e desafios e convocando a comunidade internacional a colaborar do ponto de vista técnico e financeiro para a execução das ações para que os objetivos comuns sejam atingidos”, concluiu.

O Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA) visa a transformação do Pará em “Carbono Neutro” no setor de Uso da Terra e Florestas, ou seja, para cada 1 tonelada de gás carbônico emitida por meio do desmatamento, outra tonelada de gás carbônico é absorvida por meio da regeneração de florestas. O Plano tem como meta a redução de, no mínimo, 37% de Gases de Efeito Estufa (GEE) provenientes da conversão de florestas e do uso da terra, até 2030 – em relação à média entre os anos de 2014 a 2018 – e, a partir de então, com apoios adicionais, ampliar esse patamar para 43% de redução até dezembro de 2035.

Agenda na COP-26

O Governador Helder Barbalho, que também será o líder do Consórcio Interestadual da Amazônia Legal, por delegação de seu atual presidente, Flavio Dino, abre a participação na Conferência do Clima com uma reunião com Diretor-Geral da Tropical Forest Alliance (TFA), Justin Adams, seguido de uma reunião sobre negócios sustentáveis promovida pelo Príncipe Charles, juntamente com potenciais parceiros dos estados amazônicos. Este evento propõe conexões de impacto (“matchmaking”) entre Governos amazônicos e investidores na área de clima e florestas. 

No dia 6, o governador do Pará participa do evento "A vision for people, conservation and production in the Amazon”, depois segue para uma agenda denominada “Land Use Day”, promovida pela Climate Champions e pela Marrakech Partnership. Depois, celebra um Memorando de Entendimento (MoU) entre o Consórcio Amazônia Legal e a instituição Emergent, com a intenção de trazer formalmente mais um colaborador internacional para auxiliar a redução do desmatamento na Amazônia e os benefícios financeiros que esta performance pode trazer aos estados.

Na segunda-feira (8), o Governador reúne-se com o Sr. Juan Pablo Bonilla, Chefe Global da Área de Clima do BID, e depois segue para reunião de trabalho com a CEO da organização global The Nature Conservancy (TNC), Jennifer Morris. Pela tarde, Helder abre o evento de apresentação do Plano de Recuperação Verde (PRV), do Consórcio Amazônia Legal, na Mesa de discussão sobre "Uso da Terra" (O Futuro da Amazônia – conciliando agropecuária e conservação da floresta).

Na terça-feira (9), o Governador se reúne com o diretor executivo do Green Climate Fund (GCF), Javier Manzanares, depois segue para apresentação da Estratégia de Redução de Emissões de Carbono, no âmbito do Race to Zero, na Mesa de Discussão intitulada "Metas Baseadas em Ciência".

No dia 10, o governador participa de evento organizado pela TNC, intitulado “Sustainable Territories Platform: building Public-Private Solutions for Carbon Neutral Jurisdictions in the Amazon” durante a manhã, e à tarde reúne-se com o instituto europeu denominado Open Society. No dia 11, o governador participa de evento organizado pelo IPAM, intitulado “Climate Neutrality in Brazil: ending the Amazon deforestation by the action of business sector”, e no dia 12, sexta-feira, encerra sua participação na COP-26 prestigiando cientistas brasileiros do Painel Científico para a Amazônia (SPA) que lançarão o estudo denominado “The Amazon We Want”, que reúne achados científicos de anos de pesquisa, e que serão oficialmente publicados na Conferência.

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