Ato contra PEC da Blindagem reúne manifestantes na Praça da República, em Belém
Ato ocorreu neste domingo (21) e integrou mobilização nacional contra propostas em discussão no Congresso

Neste domingo (21), manifestantes se reuniram em diversas cidades do Brasil para protestar contra a chamada PEC da Blindagem e contra o Projeto de Lei da Anistia, que pode beneficiar envolvidos em atos golpistas ocorridos no país. Em Belém, o ato começou por volta das 9h, na Praça da República, e contou com a participação de representantes de movimentos sociais, partidos políticos e da sociedade civil.
Segundo a organização, o objetivo foi pressionar o Congresso Nacional a rejeitar medidas vistas como retrocesso democrático. A Polícia Militar do Pará acompanhou a manifestação, mas até o fechamento desta reportagem não havia divulgado o número oficial de participantes.
O que é a PEC da Blindagem?
A PEC da Blindagem é uma proposta que, segundo críticos, pode reduzir a transparência e ampliar os privilégios de parlamentares, ao dificultar investigações contra políticos. Especialistas afirmam que a medida enfraquece os mecanismos de controle e cria obstáculos para apurações de corrupção.
O que prevê o PL da Anistia?
O Projeto de Lei da Anistia propõe conceder perdão a investigados e condenados por participação em atos golpistas. O texto tramita na Câmara dos Deputados e gera controvérsia por poder beneficiar não apenas manifestantes de rua, mas também políticos e financiadores envolvidos em tentativas de ruptura democrática.
Vozes das ruas em Belém
Para o professor Beto Andrade, a mobilização simboliza resistência contra retrocessos: “Precisamos de maior transparência. Um ato como este demonstra que a população não tolera mais qualquer tipo de privilégio para os políticos”, afirmou. Ele também relacionou a pauta a debates como a condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro, a discussão sobre o imposto de renda e a crise climática.
Já o estudante de Direito e Relações Internacionais, Felipe Ranieri, destacou a força coletiva do movimento: “A política deles ocorre em gabinetes, a nossa acontece nas ruas. Expressamos nossa posição, que se diferencia de partidos que se dizem progressistas, mas que no Congresso votam a favor de propostas prejudiciais.”
Ranieri também apontou que os Estados Unidos aproveitam o cenário político polarizado no Brasil para avançar em interesses estratégicos. “Eles usam a questão da anistia como pretexto, mas existem objetivos maiores, como o controle das big techs e o acesso às terras raras. A aprovação dessa proposta abre margem para essa intervenção imperialista”, avaliou.
Ele defendeu a continuidade das mobilizações: “Espero que cada manifestação seja uma faísca que se conecta a outras em todo o país. O objetivo é alcançar, por exemplo, uma greve geral, para enfrentar todos os problemas do nosso país.”
Tramitação no Congresso
Tanto a PEC da Blindagem quanto o PL da Anistia seguem em fase de discussão no Congresso. A PEC precisa ser aprovada em dois turnos na Câmara e no Senado, com apoio de três quintos dos parlamentares em cada Casa. Já o PL pode ser aprovado por maioria simples, o que, segundo opositores, aumenta o risco de tramitação acelerada.
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