Maioria dos brasileiros defende retaliação a tarifas dos EUA, aponta AtlasIntel
Para 51,2% dos entrevistados, governo deve responder à medida anunciada por Trump com aumento de tarifas sobre produtos norte-americanos
Mais da metade dos brasileiros acredita que o governo federal deve retaliar os Estados Unidos após a decisão do presidente Donald Trump de impor uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros. É o que mostra pesquisa divulgada nesta terça-feira (15) pela AtlasIntel, em parceria com a Bloomberg.
Segundo o levantamento, 51,2% dos entrevistados apoiam uma resposta por parte do Brasil. Outros 40,9% são contrários à retaliação, enquanto 7,9% não souberam opinar. A sondagem foi realizada entre os dias 11 e 13 de julho, com 2.841 eleitores, e possui margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, com nível de confiança de 95%.
O apoio à retaliação cresceu desde abril, quando a mesma pesquisa indicava que 41,7% dos brasileiros eram favoráveis a uma resposta do governo. Na ocasião, 48,5% se mostravam contrários, e 9,9% não souberam responder.
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O estudo também investigou quais medidas seriam mais adequadas para retaliar os Estados Unidos. Entre os que defendem uma resposta, 51,2% acreditam que o caminho ideal seria elevar as tarifas sobre produtos norte-americanos.
Outras alternativas mencionadas pelos entrevistados incluem: reforçar relações diplomáticas e comerciais com países rivais dos EUA, como a China (28,6%); reduzir a dependência do dólar (14,5%); suspender pagamentos de direitos autorais e patentes de medicamentos produzidos nos EUA (2,4%); impor restrições a investimentos americanos (1,5%); e adotar outras medidas (1,8%).
A nova rodada de tensão entre os dois países teve início após o anúncio de Trump, feito na última semana, de que irá aumentar a alíquota sobre importações brasileiras a partir de 1º de agosto. Em carta enviada ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o chefe de Estado norte-americano atribuiu a decisão a discordâncias políticas e a um desequilíbrio na relação comercial bilateral.
*Thaline Silva, estagiária de jornalismo, sob supervisão de Keila Ferreira, coordenadora do núcleo de Política e Economia
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