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Em entrevista, Bolsonaro afirma que acusações da PGR e inelegibilidade são injustas

Além de opinar sobre as acusações feitas pela PGR, Bolsonaro também falou sobre a taxação de Donald Trump e as eleições de 2026

Esther Pinheiro / Especial para O Liberal

Na tarde desta terça-feira (15), o ex-presidente Jair Bolsonaro participou de uma entrevista ao vivo para o jornal Poder 360 que, entre os temas abordados, incluíram o julgamento EM que é acusado de tentativa de golpe de estado, a tarifa de 50% imposta por Donald Trump a todos os produtos brasileiros a partir de 1 de agosto e expectativas para as eleições de 2026. 

Neste ano, o ex-presidente se tornou réu pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por planejamento e tentativa de golpe de estado. Na noite desta segunda-feira (14), a Procuradoria Geral da República (PGR), pediu a condenação de Bolsonaro e outros sete réus por cinco crimes, que incluem: dano qualificado pela violência e grave ameaça; deterioração de patrimônio tombado; golpe de Estado; organização criminosa armada e tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Bolsonaro, durante a entrevista, declarou que a acusação é “completamente estapafúrdia”. 

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Na alegação final feita pela PGR, Bolsonaro se configura como líder do plano golpista. Segundo o documento, o ex-presidente “mobilizou sistematicamente agentes, recursos e competências estatais, à revelia do interesse público, para propagar narrativas inverídicas, provocar a instabilidade social e defender medidas autoritárias”.

Bolsonaro discorda das acusações, especialmente às voltadas por depredação de patrimônio, alegando que estava nos Estados Unidos durante o 8 de janeiro. Ele também não concorda com a acusação pelo crime de liderança de organização armada, afirmando que não houveram armas apreendidas, e reitera que o que ocorreu não foi uma tentativa de golpe. “Qualquer pessoa minimamente inteirada no assunto viu que aquilo foi uma baderna que saiu de controle”, disse Bolsonaro. 

Quando questionado se avaliava sair do Brasil diante do pedido da Procuradoria, Bolsonaro afirmou que, pela idade — o ex-presidente completou 70 anos em março deste ano — e por problemas de saúde, não considera ir para outro país. O ex-presidente também não cogita a possibilidade da prisão, afirmando que não fez nada para perder sua liberdade, e considera que seria ineficaz levar o processo para fóruns internacionais. 

Taxação de Trump

Em relação às taxas que o presidente dos Estados Unidos impôs ao Brasil, Bolsonaro afirmou que a decisão é exclusiva do chefe de estado norte-americano e que não possui participação na decisão. Ele também avaliou negativamente a postura de críticas constantes adotadas pelo presidente Lula, alegando que existe falta de diálogo para resolver a situação.

Bolsonaro também disse que ninguém está vibrando com as taxações, incluindo seu filho Eduardo Bolsonaro, que está nos Estados Unidos. O ex-presidente descartou a influência direta do filho na decisão do governo estadunidense e não vincula a taxa com um pedido de anistia.

Eleições de 2026

Desde 2023, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarou Bolsonaro inelegível até 2030 por abuso de poder político e econômico. Bolsonaro afirmou que sua inelegibilidade é injusta e que pretende entrar com pedido de candidatura no TSE para as eleições presidenciais de 2026. Ao ser perguntado se apoiaria outro candidato de direita caso continue inelegível, ele afirmou que isso é uma decisão para o futuro e que não possui nenhuma indicação consolidada. “Para mim, vai ser game over. Ponto final. Isso a gente vai ver lá na frente”, disse o ex-presidente.

Ele também afirmou que, apesar de Michelle Bolsonaro aparecer avaliada positivamente em pesquisas de possibilidade de votos entre os membros de sua família para a presidência, não ocorrem conversas sobre política entre os dois no momento.