‘Democracia depende de espaço íntegro’, afirma ministra Estela Aranha em Belém
Durante Fórum Verdemocracia, na capital paraense, integrante do TSE destacou impactos das narrativas adversariais online na democracia.
No segundo dia do Fórum Nacional Verdemocracia, realizado nesta terça-feira (16/09), em Belém, a ministra do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Estela Aranha, destacou os riscos das manipulações digitais e de narrativas adversariais no ambiente online para a integridade do processo eleitoral e da democracia brasileira. O evento, promovido pelo TSE em parceria com o Tribunal Regional Eleitoral do Pará (TRE-PA), reúne ministros, magistrados, servidores e especialistas até o dia 17.
A ministra iniciou a fala cumprimentando autoridades presentes e agradecendo a idealização do evento. Ela ressaltou que a sustentabilidade e o ambiente informacional estão diretamente ligados à proteção da democracia.
“Junto com a proteção da democracia, a proteção do ambiente e da sustentabilidade caminham nessa questão de ambiente informacional funcional”, afirmou.
Segundo Estela Aranha, os impactos da manipulação online vão muito além da circulação de notícias falsas.
“Não somente a circulação de notícias falsas impacta o sistema político, o sistema eleitoral, isso vai muito além. Estamos falando de estruturas técnicas, como as plataformas, estruturas econômicas, como o mercado de atenção, e estruturas sociais, como a radicalização política, que se combinam e acabam por distorcer o debate público”, destacou.
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Narrativas adversariais corroem confiança nas instituições
Para a ministra, a democracia só se sustenta com um espaço público confiável, baseado em consensos mínimos sobre fatos e regras sociais.
“A democracia depende do espaço público íntegro, e esse espaço público íntegro também tem que ocorrer no ambiente online”, disse.
Estela Aranha alertou que essas narrativas adversariais não buscam pluralidade, mas sim fragilizar instituições e o processo eleitoral.
“Chamamos de adversarial porque são debates que não buscam debate plural, mas sim enfraquecer a confiança nas instituições, na justiça, na imprensa, na ciência ou nas eleições”, ressaltou.
Ela ainda explicou como funcionam esses mecanismos digitais:
“Primeiro, a gente chama de engenharia de narrativa. A criação ou a captura de algum conteúdo, às vezes absolutamente banal, às vezes mais forte e impactante, é usado para amplificar e sustentar narrativas que corroem consensos sociais e institucionais.”
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