São Félix do Xingu é um dos municípios que mais sofrem com desmatamento
Laudo técnico de peritos criminais constata concentração desse crime no sudoeste do estado
Peritos criminais do Núcleo de Crimes Ambientais (NCA), do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves (CPCRC), tiveram atuação determinante na 13ª fase da operação Amazônia Viva, realizada de 11 de junho a 3 de julho, em São Félix do Xingu, Altamira, Novo Progresso, Itaituba e Trairão, organizada pela Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas). O laudo técnico do trabalho pericial aponta a exploração de áreas desmatadas, entre outras ocorrências nesses municípios, que constam na lista dos que mais sofrem esse tipo de crime ambiental. A ação teve a participação das polícias Civil e Militar, Bombeiros e membros do Grupamento Aéreo de Segurança Pública (Graesp).
Entre as análises feitas pelos peritos criminais do Núcleo de Crimes Ambientais constatou-se 18.489,69 hectares de terra explorada, sendo a maior parte de desmate em São Félix do Xingu, com expressivos 11,088,30, seguido por Castelo dos Sonhos, Distrito de Altamira, com 5.793,54, e com 1.615,85 entre os municípios de Novo Progresso, Itaituba e Trairão.
“A perícia constatou que todos os hectares desmatados seriam equivalentes a aproximadamente a 28 campos oficiais de futebol”, afirmou Enaldo Ferreira, perito criminal que participou da operação e gerente do NCA.
Os peritos analisaram toda a cubagem das toras de madeira apreendidas na operação Amazônia Viva, assim como os veículos usados para ações de desmatamento das áreas. “Foram mais de 200 metros cúbicos de madeira, mais da metade de forma serrada e a outra parte em toras. Ainda periciamos cerca de 230 quilos de carne de caça, assim como armas de fogo e munições, caminhões, tratores e reboques que eram usados para o desmatamento das áreas pelos exploradores, entre outros materiais que foram apreendidos”, completou o perito criminal Enaldo Ferreira.
Dessa forma, a análise pericial se tornou relevante à operação porque os peritos produziram o laudo técnico que materializou de forma científica as áreas devastadas e que será enviado para a Justiça, na busca de autuação das pessoas responsáveis pelos crimes ambientais. “Todas as apreensões passaram por nossa análise pericial que, como órgão legal, direcionamos cientificamente a existência do crime ambiental, que era o objetivo da operação”, declarou Enaldo Ferreira, perito criminal.
“Os peritos criminais do NCA são altamente qualificados. Assim, de forma integrada com os órgãos de segurança nesta fase da operação, o serviço pericial foi importante em prol das materialidades dos crimes ambientais”, concluiu Celso Mascarenhas, diretor-geral do Centro de Perícias Científicas Renato Chaves.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA