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Pará já concentra 25% do total de casos de violência doméstica registrados no ano passado

Os dados são da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) e foram divulgados nesta terça-feira (25)

O LIBERAL
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​O estado do Pará fechou o primeiro trimestre deste ano com 2.540 denúncias, ou seja, 25% do total de casos de violência doméstica registrados ao longo de todo o ano passado, quando foram contabilizadas 10.035 ocorrências. Os dados são da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup) e foram divulgados nesta terça-feira (25).

A secretaria acredita que “o incentivo às denúncias e a presença de delegacias especializadas para o atendimento à mulher e às vítimas de violência, além da ampliação da delegacia virtual, facilita​​ram o acesso para o registro das ocorrências”.

“A Segup reforça que o estado dispõe de medidas contra esta prática, como a operação “Maria da Penha”, aplicativo SOS Maria da Penha, Patrulha Maria da Penha, o Alerta Pará, e ainda, o Programa Pró-Mulher Pará, além das campanhas de incentivo às denúncias para os canais da Segurança Pública, bem como, o Disque-Denúncia por meio do atendimento convencional pelo número, 181, ou ainda, via WhatsApp por meio do canal da IARA (Inteligência Artificial Rápida e Anônima)”, detalhou a secretaria.

Consequências

Para a psicóloga Bárbara Sordi, a violência contra a mulher é naturalizada na sociedade, de forma que se torna pouco reconhecida, “a não ser quando a gente já tem a violência física instaurada, ou então, a violência psicológica no sentido de graves ameaças, sendo mais evidentes aos olhos públicos”.

“Tem muitas consequências para as mulheres, seja afetar a questão da própria autoimagem. Então, essa mulher, por reiteradas violências de desqualificação, passa a acreditar que ela não tem valor. Sofre muitas retaliações em relação ao seu comportamento, aos lugares que ela pode transitar. As competências que ela pode desenvolver”, explicou Sordi.

Segundo a psicóloga, uma mulher que sofre violências pode desenvolver transtornos psicológicos, a exemplo da depressão. “A mulher passa a ter o sentimento muito grande de descrédito, de isolamento social, muitas vezes provocado por esse parceiro, seja no ambiente familiar, seja de amizades. Muita vergonha também da sua própria situação. Às vezes, dificuldades de conversar, dialogar com outras mulheres em relação a isso. Pode estar desenvolvendo diversas formas de sofrimento psíquico. Dentre eles, aqueles que a gente chama de transtornos psicológicos, como a depressão, uso abusivo de algumas substâncias, síndrome do pânico”, alertou.

Acolhimento

Essas mulheres devem ser acolhidas em todos os espaços, defende Sordi. Ainda de acordo com a psicóloga, acolhimento significa também falar mais sobre a violência contra as mulheres, “para que não só as instituições, mas a vizinhança, a rede social, os familiares possam também se responsabilizar, já que se trata também de um problema de saúde pública, estrutural e social”.

“A gente deve, primeiramente, validar a narrativa feminina, o sofrimento, não desqualificando e duvidando dessa narrativa. Tentar ao máximo não culpabilizar essa mulher, que essa é uma tendência da violência contra as mulheres em nível social, de tentar responsabilizar a mulher pela violência que ela sofre, devido aos valores morais patriarcais e machistas”, avaliou. “A roupa que estava usando, o comportamento que ela tinha como se algo justificasse a violência. Acolher significa você validar a narrativa, poder dar informações que são importantes para essa mulher. Um espaço para que essa mulher se sinta segura. Não sozinha, para que ela entenda que ela tem uma rede de apoio”, completou Sordi, acrescentando que é importante ficar em alerta para sinais que podem indicar um possível caso de violência.

Sinais

“Se essa mulher tem ficado muito isolada, se afastado do núcleo familiar e de amizades. Se tem medo, se essa mulher só pode tomar alguma atitude a partir da validação do companheiro, se ela tem liberdade para fazer escolhas, de comprar o que ela quer, usar a roupa que ela quer, frequentar o espaço que ela quer, sem autorização, se há falas também de desqualificação”, ensinou.

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