Manifestação na João Paulo II deixa trânsito lento em Ananindeua
Equipes da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros estiveram no local acompanhando o protesto
Moradores da comunidade Novo Lar, no bairro da Guanabara, em Ananindeua, interditaram um dos lados da avenida João Paulo II no final da tarde desta segunda-feira (19). Os manifestantes atearam fogo em pedaços de madeira e colchões provocando uma grande fumaceira na pista, além de transtornos para os motoristas que tentavam retornar para Belém pela via. Segundo informações preliminares que chegaram à redação integrada de O Liberal, o protesto teria sido feito por conta da ameaça de retirada dos ocupantes da invasão.
O terreno que ganhou a denominação de Comunidade Novo Lar fica na área expandida da avenida João Paulo II, sentido Guanabara - Marco e foi ocupado por aproximadamente 100 famílias há cerca de quatro meses. No último domingo (19), a Polícia Militar foi ao local para comunicar que o loteamento deveria ser desfeito e que os ocupantes deveriam sair. A área pertence ao Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará (Ideflor-Bio).
Em um dos vídeos que circulou nas redes sociais, um motorista que passava pela avenida mostra os estragos da interdição. Amontoados no meio da pista, galhos de árvores, pneus e restos de colchões queimados impediam a passagem dos veículos. Por conta da manifestação, o trânsito ficou bastante lento justamente no horário em que a via registra um grande fluxo de carros.
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Em outro vídeo, uma enorme fila de veículos parados se forma na João Paulo II. Ao fundo é possível ver alguns objetos pegando fogo e uma viatura do Corpo de Bombeiros Militar, chamada para atender a ocorrência. Equipes da Polícia Militar também estiveram no local acompanhando a interdição. A redação integrada de O Liberal solicitou ao CBM mais detalhes sobre o caso, mas até o momento não obteve retorno.
Entenda o caso
O Ideflor-Bio justifica que, por se tratar de um terreno pertencente ao Estado, ele não pode ser ocupado, ainda mais da forma que foi feito, já que se trata de uma área de preservação ambiental. Próximo dali encontram-se os lagos Bolonha e Água Preta, que abastecem grande parte da Região Metropolitana de Belém.
Em nota encaminhada á redação, o Instituto informou que faz a gestão da área e que a ocupação irregular já provocou destruição ambiental com a derrubada de vegetais e instalação de moradias irregulares. Ainda de acordo com o Ideflor-Bio, um boletim de ocorrência foi registrado no último dia 16 de setembro, denunciando a invasão do terreno.
Os ocupantes alegam que já despenderam recursos para instalação das famílias no local e que, inclusive, a Secretaria Municipal de Urbanismo (Seurb) já havia sido acionada para fazer a medição do terreno e estaria sendo elaborado um projeto arquitetônico que preservaria a vegetação. A advogada e representante da comunidade “Novo Lar”, Adria Martins, pediu um tempo hábil para a retirada dos ocupantes, tendo em vista que muitos não teriam para onde ir.
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