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Operação interdita 7 funerárias por crimes ambientais e risco à saúde pública em Belém

Os locais descartavam indevidamente o sangue, fluidos corporais e produtos químicos diretamente nas vias públicas

O Liberal

Sete funerárias foram interditadas pela Polícia Civil na quarta-feira (2/7),  durante a operação “Lava Corpos”, em Belém, por crimes ambientais. Ao todo, oito locais foram fiscalizados, mas apenas sete deles foram fechados. De acordo com a PC, esses locais apresentaram ausência de licenças e práticas ilegais, como o preparo de cadáveres em ambientes impróprios, sem as mínimas condições sanitárias, e o descarte indevido de sangue, fluidos corporais e produtos químicos diretamente nas vias públicas.

A ação, realizada pela Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa), ocorreu em diversos bairros da capital e contou com apoio da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belém (Semma) e do Ministério Público Ambiental.

Segundo o diretor da Demapa, delegado Edson Azevedo, a conduta das funerárias caracteriza uma grave ameaça à saúde pública e ao meio ambiente.

“Estamos diante de um quadro alarmante de poluição e risco sanitário. Fluídos de cadáveres, sangue e substâncias químicas eram despejados nas ruas, expondo a população a doenças e contaminando o ambiente urbano. Essa prática é criminosa e absolutamente incompatível com a dignidade do serviço funerário”, destacou.

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A equipe também lavrou oito autos de infração ambiental e apreendeu documentos e materiais que servirão como provas para o inquérito policial em andamento.

De acordo com as investigações, os estabelecimentos vinham operando clandestinamente há meses. Os resíduos resultantes do embalsamamento de corpos, incluindo formol, sangue e outros dejetos biológicos, eram descartados sem qualquer tratamento, contaminando bueiros, calçadas e até áreas residenciais próximas aos estabelecimentos.

O material coletado durante a ação foi encaminhado para a perícia e será utilizado para fortalecer o inquérito policial, que apura crimes previstos nos artigos 54 (poluição dolosa) e 60 (exercício de atividade sem licença) da Lei nº 9.605/98 (Lei de Crimes Ambientais), além do artigo 132 do Código Penal, que trata da exposição da vida ou da saúde de terceiros a perigo direto e iminente.

Além das interdições, os responsáveis pelas funerárias autuadas sofreram sanções administrativas e serão intimados a prestar depoimento. Eles poderão responder por crimes de natureza ambiental, sanitária e penal, com penas que variam de um a cinco anos de reclusão, além de multas.

“A operação exigiu um esforço conjunto e minucioso para identificar e impedir essas ações ilegais. Nosso foco é garantir que as normas ambientais e sanitárias sejam cumpridas, protegendo a saúde da população e preservando o meio ambiente. Seguiremos atuando com rigor contra qualquer irregularidade”, explica o delegado da DEMAPA responsável pela ação, Fábio Coutinho. 

Nesta quinta-feira (3/7), o delegado Edson Azevedo conversou com o Grupo Liberal e disse que as investigações de crimes ambientais cometidas por funerárias serão ampliadas para a Região Metropolitana de Belém com foco na regularização do setor funerário e na prevenção de novos crimes ambientais na capital. “Nossa equipe está fazendo o levantamento na Região Metropolitana para apurar funerárias que estejam cometendo essas condutas. O inquérito das unidades que interditamos será finalizado, mas as investigações continuam. Todo e qualquer descarte tem que ser analisado pelas nossas equipes, seja qual for o material que possa estar poluindo o meio ambiente. No primeiro momento, a pessoa não está vendo, mas aquele material pode contaminar o lençol freático e o rio, que é para onde vai esse descarte”, contou. 

O titular da Demapa reforçou que denúncias podem ser feitas para o Disque-Denúncia, 181. Também há o canal via Whatsapp (91) 98115-9181, por meio da Inteligência Artificial, Iara. O sigilo e anonimato são garantidos.