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Movimentos sociais repudiam morte de quebradeiras de coco em Novo Repartimento

Os grupos também pediram respostas das autoridades e que os suspeitos sejam encontrados e punidos

O Liberal

Movimentos sociais utilizaram as redes sociais na terça (4/11) e nesta quarta-feira (5/11) para repudiar a morte de Antônia Ferreira dos Santos, de 53 anos, e Marly Viana Barroso, de 71 anos. Os corpos das vítimas, que eram quebradeiras de coco, foram encontrados com sinais de violência na zona rural de Novo Repartimento, no sudeste do Pará, na noite da última segunda-feira (3/11). 

De acordo com o Movimento Interestadual das Quebradeiras de Coco Babaçu (MIQCB), Antônia e Marly saíram para trabalhar na coleta do coco babaçu, quando foram encontradas mortas. “Essas mulheres trabalhavam honestamente, garantindo o sustento de suas famílias e defendendo a floresta. Foram arrancadas da vida e da comunidade que ajudavam a sustentar. Esse crime atinge toda a luta das quebradeiras de coco babaçu: uma violência contra o corpo e a história de quem resiste e mantém viva a tradição do babaçu”, lamentou. 

O Movimento também exigiu respostas das autoridades no caso. “Nossa luta é pela vida, pelo território e pelo direito de trabalhar com segurança e respeito. Nenhuma mulher deve morrer por buscar o sustento no babaçu. Solidariedade às famílias de Antônia e Marly. Seguiremos vigilantes, em memória e em luta”, destacou.

No Instagram, a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares do Estado do Maranhão também pediu justiça para que “sejam identificados e punidos os culpados”. 

Em nota, a Polícia Civil disse à Redação Integrada de O Liberal que o episódio é investigado “sob sigilo pela Delegacia de Novo Repartimento”. 

O crime 

De acordo com informações do portal Correio de Carajás, a polícia informou que Marly e Antônia deixaram suas casas pela manhã com a intenção de recolher amêndoas de coco babaçu em uma área de mata próxima ao município. Quando não retornaram no horário previsto, familiares se mobilizaram e foram até a área para realizar buscas. 

Os corpos foram localizados por volta das 22h, em uma área rural situada próxima ao matadouro municipal, a cerca de dois quilômetros da estrada do Polo Pesqueiro. Segundo a polícia, ambas apresentavam ferimentos no pescoço compatíveis com golpes de arma branca. Antônia foi encontrada parcialmente despida, o que levantou a suspeita de possível violência sexual. 

Anteriormente, a PC havia dito que os cadáveres apresentavam ferimentos compatíveis com golpes de arma branca, mas perícias foram solicitadas para confirmar as circunstâncias da morte e se de fato houve violência sexual.