COP 30: PRF mobiliza mais de 700 agentes, helicópteros e ambulâncias para operação em Belém
Superintendente da corporação, Haroldo Teixeira, destaca que a PRF coordena escoltas e atua em conjunto com outras forças de segurança durante a conferência climática
Com um efetivo de mais de 700 agentes, duas aeronaves - uma voltada para atendimentos de saúde e outra para ações de combate ao crime, além de viaturas, ambulâncias, motocicletas e uma carreta adaptada para funcionar como centro de comando e controle, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) faz os últimos ajustes para atuar durante a COP 30, que será realizada em Belém, em novembro.
Toda a operação integra o planejamento nacional de segurança pública voltado à conferência da ONU sobre mudanças climáticas, que reunirá chefes de Estado, delegações internacionais e milhares de visitantes na capital paraense. A COP 30 representa o maior evento global já sediado na Amazônia e exige, portanto, uma mobilização robusta das forças de segurança federais e estaduais.
O superintendente da PRF no Pará, inspetor Haroldo Teixeira, detalhou a amplitude da operação e o envolvimento de equipes de diversos estados do país, destacando que o planejamento está praticamente finalizado. “Nós estamos finalizando o nosso planejamento. Praticamente já estamos com todo o nosso policiamento especializado e ordinário pronto para a COP 30”, disse. “Com a chegada agora da Divisão de Operações Aéreas, nós fechamos o nosso efetivo que vai trabalhar na COP 30. São 735 policiais que vieram de outras regiões do país, de outros estados, para nos ajudar a cumprir essa missão”, explicou.
      
Segundo o superintendente, a Polícia Rodoviária Federal é responsável principalmente pela organização da central de escolta, além das escoltas de autoridades que vão participar do encontro de líderes. “É um trabalho integrado com outras forças de segurança - Detran, Polícia Militar, Guarda Municipal e outras instituições”, afirmou. O superintendente Haroldo Teixeira lembrou que o desafio logístico foi um dos pontos mais complexos do planejamento. Hospedar e deslocar centenas de agentes e dezenas de veículos por longas distâncias exigiu meses de preparação.
“Para nós, um evento global na Amazônia, no norte do País, foi um grande teste. Tivemos que movimentar um grande efetivo. Tivemos que planejar hospedagem, deslocamento, transporte de viaturas, motocicletas e aeronaves. E participar de um grande evento global desse é uma grande visibilidade para a PRF”, disse. O superintendente lembrou que a instituição vem acumulando experiência em grandes eventos nacionais e internacionais, desde os Jogos Pan-Americanos de 2007.
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Apoio aéreo: resgate e operações especiais
O aparato aéreo da PRF para a COP 30 contará com duas aeronaves multimissão. A primeira, o Koala K-119, é voltada para resgates aeromédicos e transporte de vítimas em situações de emergência. A segunda, o Bell 407, é direcionada a operações policiais, táticas e de combate ao crime. O operador aerotático Sheyk Xavier, responsável por atuar a bordo do Koala, explica que a aeronave é uma das mais modernas da frota e tem papel crucial na estrutura de resposta rápida da corporação. “Essa aeronave é uma das últimas adquiridas pela PRF e tem como objetivo exercer a atividade de resgate aeromédico durante o evento. A bordo, temos duas equipes: uma composta por policiais rodoviários federais - comandante, co-piloto e operador aerotático, no caso, eu - e outra composta por médico e enfermeiro do Samu”, disse.
A aeronave poderá atuar em casos de acidentes nas rodovias de acesso à capital, atropelamentos, colisões e até situações de conflito que podem gerar vítimas. “Nosso trabalho é imobilizar, estabilizar e transportar as vítimas até o hospital ou área segura. É um serviço essencial em eventos de grande porte, nos quais a agilidade salva vidas”, reforçou. Segundo Sheyk, o clima amazônico impõe desafios adicionais às operações aéreas.
“Cada região tem suas particularidades - o calor, a umidade, as mudanças repentinas de vento. Isso influencia tanto na decolagem quanto no pouso e no deslocamento. Mas nossa equipe está muito bem preparada. Só este ano, em Pernambuco, já atuamos em mais de 100 ocorrências no transporte e salvamento dessas vítimas ”, contou. A aeronave Koala é originalmente baseada em Pernambuco, e foi deslocada para o Pará especialmente para o período da conferência.
Bell 407: o helicóptero tático da PRF
O policial rodoviário federal Danilo Carpejani, lotado na Divisão de Operações Aéreas. É piloto-comandante junto com a tripulação do helicóptero Bell 407, destinado a missões de policiamento ostensivo e apoio a operações de segurança pública. “Essa é uma aeronave multimissão, focada em operações policiais. Serve para atuações em combate ao crime, em resgates e em demandas extraordinárias. Na COP 30, estaremos prontos para intervir em situações que envolvam a parte operacional, com o emprego tático da aeronave”, explicou.
A equipe veio do Mato Grosso do Sul e conta com cinco integrantes - três pilotos e dois operadores aerotáticos. Carpejani reforçou que, durante o evento, o helicóptero poderá ser utilizado para o monitoramento de comboios, intervenções táticas, apoio a patrulhas terrestres e reconhecimento de áreas de risco. “O Bell 407 complementa o trabalho do Koala. Enquanto um atua em resgates aeromédicos, o outro está voltado para as ações de segurança. Essa sinergia permite resposta imediata, seja em uma emergência médica, seja em uma operação policial”, observou.
Núcleo de Primeiros Socorros: resposta imediata em terra
Fátima Sousa responde pelo Núcleo de Primeiros Socorros da PRF, responsável por prestar atendimento pré-hospitalar (APH) em ocorrências nas vias. A coordenadora do núcleo, Fátima Sousa, explicou que essa será uma das maiores equipes já mobilizadas em eventos do tipo. “Estamos com uma das maiores equipes já formadas, com 92 operadores de primeiros socorros, divididos em 36 equipes. As chamadas ‘equipes 4 rodas’ acompanham os batedores e têm grande mobilidade, por usarem viaturas leves e ágeis”, informou.
Essas equipes atuam em conjunto com ambulâncias posicionadas em pontos estratégicos avenidas e nas proximidades do evento. “Temos ambulâncias nos melhores trechos, garantindo acesso rápido a qualquer ocorrência. O objetivo é reduzir o tempo de resposta e salvar vidas”, disse Fátima.
“Nosso maior público é o nosso efetivo interno – os próprios motociclistas, que, pela velocidade com que trabalham, se colocam muito em risco. Além disso, também há os usuários da rodovia. Quando os motociclistas se envolvem em algum acidente – e espero que isso não aconteça, é claro -, a equipe 4 rodas faz os primeiros socorros até a chegada da ambulância. Se for grave, acionamos a aeronave. É uma rede integrada que funciona em sequência”, completou.
360 motociclistas: escoltas e segurança de autoridades
Entre as equipes com maior visibilidade durante o evento estão os batedores da PRF, que realizarão as escoltas das delegações e chefes de Estado. O policial rodoviário federal Assis Gomes e faz parte da equipe de motociclismo e batedor. “Estamos aqui para efetuar tanto a escolta como a segurança das autoridades presentes no evento. Somos cerca de 360 policiais rodoviários federais, mais motociclistas de outras instituições. É um trabalho em conjunto com as Forças Armadas, Polícia Militar e autoridades municipais de trânsito”, destacou.
O policial reforçou o pedido de colaboração da população durante os dias de evento, especialmente nos momentos em que os comboios estiverem circulando pela cidade. “A população vai sentir uma diferença no trânsito, mesmo em horários de pouco movimento. Quando a escolta estiver passando, é importante redobrar a atenção e respeitar a sinalização. Isso garante a segurança de todos e o bom andamento das operações”, alertou.
Comando e controle: tecnologia e monitoramento
A carreta adaptada que servirá como base móvel da PRF durante a COP 30 será um dos pilares da operação. O policial rodoviário federal Hugo Pessoa explicou que o equipamento é uma unidade operacional móvel, estrategicamente posicionada próxima ao Parque da Cidade, epicentro da conferência. “Essa estrutura é uma unidade de coordenação onde se concentram as equipes operacionais da COP 30. Aqui, fazemos o planejamento e repassamos as informações às equipes em campo. Também contamos com o CICC, que abriga a central de escolta responsável pelos deslocamentos e pelo monitoramento dos comboios”, explicou.
A atuação da PRF na COP 30 é parte de uma operação nacional de segurança integrada, que envolve também a Polícia Federal, Forças Armadas, polícias estaduais e órgãos municipais. Além de garantir a segurança das delegações e da população, a PRF terá papel essencial na mobilidade e fluidez do trânsito durante o evento, especialmente nos acessos ao Parque da Cidade, Aeroporto Internacional de Belém e principais hotéis.
Com experiência acumulada em operações de grande porte, a PRF reforça sua presença na Amazônia com tecnologia, treinamento e coordenação. “A PRF mostra mais uma vez que está preparada para atuar em qualquer parte do país, inclusive em um evento global como este. Nossa missão é garantir segurança e tranquilidade para todos os participantes”, concluiu o superintendente Haroldo Teixeira.
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