'Ozempic para pets': remédio para emagrecimento de cães e gatos avança e pode chegar até 2029
Pesquisas com análogos de GLP-1 mostram resultados promissores, mas veterinários alertam que ainda não há liberação para uso em animais
Uma possível versão veterinária do famoso medicamento Ozempic está em desenvolvimento e pode transformar o tratamento da obesidade em cães e gatos nos próximos anos. Apelidado informalmente de “Ozempet”, o remédio pode chegar ao mercado entre 2028 e 2029, caso os testes sigam apresentando resultados positivos.
O interesse pela nova tecnologia cresce em meio ao avanço da obesidade animal. Estimativas apontam que metade dos pets esteja acima do peso, tendência que segue o comportamento alimentar dos tutores. Para muitas famílias, controlar a dieta dos animais se tornou um desafio diário, e a expectativa é de que a nova medicação facilite esse processo.
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Segundo o The New York Post, os primeiros testes em gatos registraram uma redução de 5% do peso corporal em 112 dias. Com os resultados iniciais considerados promissores, as pesquisas avançam agora para cães.
No Brasil, a Universidade Federal de Uberlândia (UFU) também conduz estudos com análogos de GLP-1. Em experimentos com liraglutida, os gatos perderam quase 10% do peso em duas semanas, mas apresentaram efeitos colaterais importantes, como vômitos, diarreia, fadiga e perda total de apetite em alguns casos. Pesquisadores apontam que doses projetadas para humanos podem ser fortes demais para animais.
Em outro estudo, a semaglutida, aplicada semanalmente, levou a uma redução de 4% a 7% em cerca de um mês, com menos reações adversas.
Microimplantes para liberação contínua da medicação
Uma das frentes mais inovadoras é conduzida pela farmacêutica americana Okava, que desenvolve microimplantes subcutâneos para liberação contínua da substância. Em vez de canetas injetáveis, os gatos recebem um pequeno chip que libera o medicamento ao longo de seis meses.
O produto usa o ativo exenatida, e os resultados do estudo piloto estão previstos para 2026. A proposta tem animado profissionais envolvidos no projeto, que enxergam potencial para uma mudança significativa no tratamento da obesidade em pets.
Com o avanço das pesquisas, novos laboratórios entraram na corrida para desenvolver versões veterinárias dos análogos de GLP-1.
Apesar do otimismo, especialistas destacam que ainda não existe liberação ou recomendação veterinária para uso desses medicamentos em animais.
Quando pode chegar às clínicas?
Caso as etapas regulatórias e os testes clínicos avancem como previsto, a versão veterinária do medicamento pode começar a ser comercializada entre 2028 e 2029, inaugurando uma nova abordagem no controle da obesidade em cães e gatos.
Até lá, veterinários reforçam que a base do tratamento continua sendo:
- alimentação balanceada;
- controle de porções;
- atividades físicas adequadas;
- acompanhamento profissional.
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