Sífilis em grávidas pode ser ainda mais devastadora para os bebês

E, no Pará, houve queda, em 2020, do número de casos da doença

redação integrada

A sífilis em grávidas pode ser ainda mais devastadora para os bebês, pois pode provocar desde prematuridade até aborto e natimortalidade. Entre as crianças que nascem infectadas, mais de 50% são assintomáticas, o que reforça a necessidade de investigar a doença na mãe desde o pré-natal até o momento do parto, para fazer o manejo de tratamento adequado. Muitas crianças que sobrevivem e não são adequadamente diagnosticadas e tratadas podem desenvolver problemas neurológicos graves, surdez e atraso no desenvolvimento. É importante ressaltar que não há vacina contra a sífilis e a infecção não produz imunidade protetora. Logo, as pessoas podem ser reinfectadas.

O alerta é da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O terceiro sábado de outubro é dedicado a mobilizações pelo Dia Nacional de Combate à Sífilis Adquirida e à Sífilis Congênita. A (Sespa informa que a doença tem tratamento gratuito, oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS), com antibióticos indicados por um profissional da área. Se for realizado corretamente, o tratamento cura a doença, que é causada por uma bactéria que pode ser transmitida durante o contato sexual sem preservativo ou pela microcirculação placentária da mãe contaminada para o bebê.

A evolução da doença é crônica, sendo a sífilis adquirida classificada em primária (presença de uma ferida, o cancro duro, na vagina, pênis e/ou boca); secundária (presença lesões na palma das mãos, planta dos pés ou tronco, com muita bactéria); latente (ausência de sinais e sintomas) e terciária (acometimento de vários órgãos, sendo a neurossífilis a manifestação mais importante).

Até 5 de outubro, foram registrados 636 casos de sífilis congênita no Pará

Dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), do Ministério da Saúde, indicam queda no número de casos em 2020.  Até 5 de outubro, foram registrados 636 casos de sífilis congênita no Pará - quando a doença é transmitida da mãe para o bebê. No ano passado, foram 1.180 casos. A tendência de queda repercute também na sífilis adquirida, com 713 confirmações até 5 de outubro de 2020 , contra 1.426 ao longo de 2019, e na doença entre gestantes, com 1.494 ocorrências este ano, quando no ano passado foram 2.485 casos.

Coordenadora do Programa de Controle das IST/Aids da Sespa, Andréa Miranda destaca a importância do pré-natal para evitar a proliferação da doença e, também, o uso correto e regular da camisinha. “Só este ano, aproximadamente 7% dos nascidos vivos no Estado já possuíam sífilis congênita. Isso poderia ser evitado já no pré-natal”, disse. Para que o tratamento da mãe e do feto seja efetivo, deve ser realizado com penicilina, na dose recomendada, segundo o estágio da infecção, até um mês antes do parto. Se infectado pela sífilis, o recém-nascido deve ficar internado numa UCI (Unidade de Cuidados Intermediários), a fim de receber a medicação adequada.

Para Andréa Miranda, o Dia Nacional ajuda a ressaltar as medidas de prevenção. Segundo ela, o enfrentamento da sífilis exige um olhar atento dos profissionais de saúde, para que mantenham criteriosa suspeição clínica, manejo adequado do tratamento e monitoramento.

A pessoa pode fazer o teste gratuitamente pelo SUS, informa a Sespa

Andréa Miranda disse ainda que, no período entre maio e agosto deste ano, o planejamento das ações de monitoramento, avaliação e oficinas de capacitação aos profissionais de saúde da Atenção Básica, maternidades e Serviços de Atenção Especializada, realizadas pela Sespa, retornaram com maior frequência, mas ainda respeitando as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), decretos, resoluções, portarias e orientações técnicas em decorrência da pandemia da covid-19.

“Os profissionais treinados pela Sespa estão mantendo conhecimento atualizado dos protocolos de manejo e suspeição clínica da sífilis, pois testar, tratar e curar estão entre as metas contínuas da Secretaria. Esse monitoramento também tem sido feito nas maternidades”, afirmou. No link (https://youtu.be/AjgeFFdmWzA) há uma oficina ministrada pela equipe da Sespa sobre a transmissão vertical da sífilis. A coordenadora acrescentou que os insumos para a profilaxia, testes e medicamentos destinados ao tratamento da sífilis em gestantes foram garantidos 100% para todos os municípios do Estado, assim como a articulação com a Atenção Primária no fortalecimento do processo de planejamento de ações em torno do enfrentamento da doença no Pará.

A Sespa orienta que a pessoa pode fazer o teste gratuitamente pelo SUS, em um dos 80 Centros de Testagem e Aconselhamento (CTAs), em 29 Serviços de Assistência Especializada (SAE) em HIV/Aids existentes no Pará e nas Unidades Básicas de Saúde, que são vinculados às Secretarias Municipais de Saúde. Nesses centros, além da coleta e execução dos testes, há o aconselhamento, para facilitar a correta interpretação do resultado pela pessoa infectada (Com informações da Agência Pará).

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