Retrospectiva: Belém do lockdown, doença da urina preta, feminicídios e avanço da vacinação
O avanço da campanha de vacinação foi a tônica do ano no enfrentamento à covid-19. Decretos reforçaram as regras para vencer a pandemia que ainda teve novas ondas
Os primeiros dias do mês de janeiro começaram com doses de esperança e um sentimento de que a pandemia do novo coronavírus, enfim, poderia ser controlada e mais vidas seriam preservadas. Foi no dia 17 daquele mês, um domingo, que a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, se tornou a primeira pessoa a ser vacinada contra a covid-19 no Brasil. Ela recebeu o imunizante Coronavac, desenvolvido no país pelo Instituto Butantan, no Hospital das Clínicas de São Paulo. Mônica foi a vencedora do prêmio Notáveis CNN em 2020 pela sua luta contra o coronavírus. Ela mora em Itaquera, na zona Leste da capital paulista, e trabalha no hospital Emílio Ribas, referência no tratamento de covid-19 no país.
Um novo decreto publicado pelo Governo do Pará, no dia 21 de janeiro, voltou a proibir a realização de festas, shows e o funcionamento de bares em todo o território paraense. A abertura de restaurantes e escolas particulares ficou mantida. O decreto também alterou a classificação de risco das regiões metropolitana de Belém, Marajó Oriental e Baixo Tocantins, que passaram da bandeira verde (risco baixo) para amarela. Com isso, todas as regiões do estado estavam entre bandeira amarela (risco intermediário), laranja (risco médio) e vermelha (risco alto).
No entanto, 2021 também começou com violência no trânsito. No dia 25 de janeiro, um ônibus de turismo que saiu de Ananindeua, no Pará, com destino a Balneário Camboriú, em Santa Catarina, caiu de um despenhadeiro na rodovia BR-376, em Guaratuba, no Paraná. O acidente deixou 19 pessoas mortas e 33 feridas, de acordo com a Polícia Rodoviária Federal do Paraná. Vítimas de Curuçá e Augusto Corrêa, municípios do nordeste paraense, estavam entre os sobreviventes. Na época, o Governo do Pará ajudou no transporte dos corpos e demais passageiros. O veículo pertencia à TC Turismo, sediada em Ananindeua, e levava 54 passageiros e dois motoristas. O ônibus teria saído da pista próximo à Curva da Santa e invadido o acostamento, caindo em uma ribanceira. Tudo foi registrado por imagens de câmeras de segurança.
No dia 26 de janeiro, moradores dos bairros do Tapanã e Pratinha, em Belém, viveram momentos assustadores, após um vendaval afetar mais de cem casas localizadas no entorno do conjunto Aldo Almeida, segundo a prefeitura municipal. Filmagens do ocorrido repercutiram nas redes sociais e registraram o que os moradores deduziram ser um redemoinho. A equipe de Meteorologia da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) analisou os dados meteorológicos e concluiu que o fenômeno se tratava de uma nuvem funil, moldada por ventos de 80 a 120 km/h. Vários órgãos do município e estado trabalharam para atender as comunidades afetadas.
Fevereiro: sem carnaval e medidas rígidas de enfrentamento da pandemia
Por conta da pandemia do novo coronavírus, no mês de fevereiro, vários blocos do interior do Pará cancelaram o Carnaval 2021. Um deles foi o Pretinhos do Mangue, de Curuçá, nordeste do Estado. Uma das mais bonitas manifestações culturais do Pará, o arrastão do Boi Faceiro também não saiu às ruas de São Caetano de Odivelas. Em Vigia, o bloco As Virgienses decidiu não realizar o Carnaval. Em Belém, as ruas da Cidade Velha não sentiram o peso de nenhum trio elétrico, que embalava milhares de foliões todos os anos.
O Governo do Pará publicou, no dia 9 de fevereiro, um decreto estadual proibindo a circulação de passageiros entre Belém e o arquipélago do Marajó, por via terrestre e fluvial, durante o período do Carnaval. A restrição começou na sexta-feira, dia 12 daquele mês, e seguiu até a quarta-feira (17). A medida teve como objetivo prevenir o contágio pela covid-19 na ilha, que é amplamente procurada por turistas durante o feriado de Carnaval. O decreto permitia somente o transporte de cargas entre os destinos.
No dia 15 de fevereiro, após as fortes chuvas, um igarapé transbordou no km 210 da BR-010 (Belém-Brasília), no município de Ipixuna do Pará, nordeste paraense, causando o rompimento da pista. A cratera media cerca de oito metros de uma margem à outra. Um longo engarrafamento se formou. As famílias desabrigadas foram assistidas pelo Governo do Estado.
Além de ajudar a combater o surgimento de doenças cardiovasculares e neurodegenerativas, o açaí pode apresentar benefícios como a redução de transtornos gastrointestinais e do colesterol. Foi o que apontou uma pesquisa do Centro de Valorização de Compostos Bioativos da Amazônia (CVACBA), laboratório ligado à Universidade Federal do Pará (UFPA) e instalado no Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, em Belém. O estudo foi publicado na Frontiers in Microbiology, revista de relevância internacional considerada líder nesse campo de atuação.
Março: uma nova fase da crise pandêmica
Em 13 de março, o Governo do Pará anunciou que os cinco municípios que compõem a Região Metropolitana de Belém entrariam, por sete dias, em bandeiramento preto. A medida impôs novas restrições na circulação de pessoas para aumentar o índice de isolamento social. Foi a segunda vez que a região metropolitana de Belém entrou em "lockdown".
A Arquidiocese de Belém informou, no dia 15 de março, que todas as celebrações estavam suspensas. As aulas presenciais nas escolas particulares da Região Metropolitana de Belém também deixaram de ser presenciais, em virtude do lockdown. As instituições, então, precisaram se adaptar às atividades remotas.
Moradores do bairro do Guamá, em Belém, tiveram uma tarde de 21 de março sangrenta. Dois homens foram mortos a tiros e uma adolescente de 16 anos foi ferida na passagem Jambu. Os criminosos chegaram em um táxi, cujo motorista foi obrigado a dirigir. Eles saíram do veículo e efetuaram diversos disparos de arma de fogo em direção a um grupo que conversava na via. Toda a ação foi registrada por câmeras de segurança.
Duas paraenses de Belém e Castanhal atingiram a nota máxima (mil pontos) na redação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, que contou com mais de 2,7 milhões de candidatos. Sofia Lorenzoni Vale, de 19 anos, de Belém, e Isabella Pereira Gadelha, de 18 anos, de Castanhal foram as candidatas que, assim como outros 26 estudantes, atingiram a pontuação máxima diante do tema “O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira”.
Abril: educação a distância e novos rumos e festa aos calouros da UFPA
No dia 12 de abril, as aulas da rede municipal de ensino de Belém recomeçaram, de forma remota, para mais de 70 mil alunos, que receberam os kits de material escolar, contendo uniforme, mochila, caderno, canetas, lápis, material para pintar, livros didáticos e apostilas. Para quem estava fora do mundo digital, sem computador, celular e acesso à internet, a retomada foi difícil.
Uma balsa naufragou, no dia 14 de abril, em Muaná, na Ilha do Marajó. O veículo transportava uma carga viva de bois, que tinha como destino o matadouro da cidade. A ocorrência foi confirmada pela Polícia Militar. O acidente teria ocorrido no momento do desembarque dos animais, que se assustaram com a movimentação e houve um desequilíbrio nos níveis da balsa, que acabou tombando com o peso da carga. Pelo menos 30 bois morreram.
Também no dia 14 de abril, a Universidade Federal do Pará (UFPA) divulgou o listão dos aprovados no Processo Seletivo 2021. Foram 7.018 aprovados em 196 cursos. Por conta da pandemia, pequenas celebrações entre famílias foram registradas e publicadas nas redes sociais. Os termos “UFPA”, “listão” e “maior do Norte” ficaram entre os assuntos mais comentados do Twitter ao longo do dia.
Um sub-tenente do Exército Militar foi acusado de esfaquear um cachorro dentro da Vila Militar Duque de Caxias, no bairro Souza, em Belém. O animal foi atingido na região lateral da face, após ter, segundo testemunhas, avançado no acusado. Em nota, a Polícia Civil do Pará, por meio da Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa), informou que tomou conhecimento do caso e iniciou diligências para apurar a denúncia, na sexta-feira, 16 de abril.
Casos policiais, tremor de terra e variante Delta: o que aconteceu de maio a agosto
O início de maio foi de tragédia para a população do entorno do Terminal Rodoviário de Belém, em São Brás. No dia 8, o vazamento de gás de um restaurante, seguido de uma enorme explosão por volta das 6h40 daquele dia, deixou um rastro de destruição na travessa Primeiro de Queluz, entre as avenidas Ceará e Cipriano Santos. Apenas a funcionária do restaurante, Maria do Socorro da Conceição, estava dentro do estabelecimento no momento em que tudo ocorreu. Ela teve 77% do corpo queimado e morreu após ficar 10 dias internada no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência (HMUE), em Ananindeua.
Um tremor de terra assustou moradores da Ilha do Marajó, no Pará. No dia 14, o Serviço Geológico do Brasil (SGB/CPRM), que integra a Rede Sismográfica Brasileira (RSBR), registrou no local um terremoto com magnitude de 4,3 graus na escala Richter. O fenômeno teve como epicentro a cidade Breves, um dos maiores núcleos urbanos do arquipélago, com 103 mil habitantes, localizada a cerca de 220 quilômetros de Belém. Segundo a rede de monitoramento, aquele foi o segundo tremor registrado neste ano. O primeiro sismo do ano ocorreu em Curionópolis, no dia 7 de abril, e teve magnitude calculada em 3.1.
Uma força-tarefa realizada pela Polícia Federal para combater a exploração ilegal em Jacareacanga, no sudoeste paraense, resultou em uma represália por parte dos garimpeiros da região. No dia 25, teve início a "Operação Mundurukânia" nas terras indígenas Munduruku e Sai Cinza, no município. No dia seguinte, 26, houve uma tentativa de invasão à base da PF no interior do Pará. A ação investigava os crimes de associação criminosa (art. 288 do Código Penal), exploração ilegal de matéria-prima pertencente a União (art. 2º da Lei 8.176/1991), e delito contra o meio ambiente previsto no art. 55 da Lei 9.605/1998, além de outras atividades ilegais que venham a ser descobertas ao longo da investigação.
Um trabalho conjunto da Polícia do Pará, juntamente com o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), impediu uma série de ataques que estavam sendo planejados por uma adolescente de 12 anos contra várias escolas da região metropolitana de Belém. De acordo com as investigações, ela fazia parte de grupos de aplicativos em que havia troca de informações de planejamentos de atentados no País. A jovem confessou o crime.
Junho: fungo preto da covid-19, cemitério clandestino e criança morta
No início de junho, o Pará registrou o primeiro caso de fungo-preto atrelado à covid-19. A situação foi registrada em Conceição do Araguaia, no sudeste paraense. Dos 29 casos de mucormicose ou "fungo preto" registrados no Brasil até aquele período, quatro deles se deram em pacientes que tiveram a doença.
Um achado macabro despertou a atenção das autoridades policiais no dia 11 de junho. Um cemitério clandestino foi encontrado em Ananindeua, durante as buscas pelo soldado do Corpo de Bombeiros, Alan Tadeu Neco Vieira, de 26 anos. No local, o corpo de outro jovem que havia desaparecido também foi localizado: o do lavador de carros Rômulo Matheus Farias Xavier. A descoberta foi possível depois que o serviço de inteligência da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros rastreou o aparelho celular do soldado Alan. Além dos dois corpos identificados, um casal também foi encontrado enterrado, já em avançado estado de decomposição.
A busca pela pequena Ravyla Sousa, de 10 anos, terminou de forma trágica para a população da cidade de Vigia, no nordeste paraense. A criança foi encontrada sem vida no dia 25 de julho, após ter desaparecido quatro dias antes, no dia 21. O corpo foi achado por populares em uma área rural da cidade, chamada Porto Grande, com sinais de tortura e violência sexual, já em avançado estado de decomposição cadavérica. Dois dias depois da criança ser encontrada sem vida, Paulo Henrique dos Santos Barbosa, conhecido como “Beleza”, foi preso por suspeita de participar do assassinato. Ele deixou a cadeira 30 dias depois, após cumprir a prisão temporária.
Julho: veranistas da pandemia vão aos balneários e tiroteio no centro de Belém
Uma série de ataques orquestrados por organizações criminosas levou o Governo do Pará a suspender por 30 dias as visitas às cadas penais do Estado. A determinação ocorreu após membros do Comando Vermelho Rogério Lemgruber (CVRL) anunciarem o chamado “Salve Geral”, que ordenva a retomada de ataques e atentados contra a vida dos membros da Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (Seap).
Uma tentativa de assalto a uma agência bancária dentro do Hospital Ophir Loyola gerou uma confusão generalizada em plena avenida Nazaré, pela manhã no dia 29. Pelo menos 40 tiros foram disparados, na esquina da travessa 14 de março, após o grupo criminoso ser interceptado e ter o assalto frustrado pelas autoridades policiais. Três suspeitos morreram. Quatro foram presos e uma mulher foi feita refém.
O período de férias escolares levou milhares de pessoas aos balneários do Pará. Entre os destinos mais buscados, estiveram as cidades de Salinópolis, Mosqueiro, Outeiro, Ajuruteua, Vigia e Marudá.
Agosto: mãe e filha mortas em acidente e a chegada da variante Delta
No início do agosto, uma prática criminosa chamou a atenção das autoridades policiais: a criação de falsas agências lotéricas em Belém e Ananindeua. Inúmeras pessoas foram alvo dos criminosos. Pouco depois, pelo menos cinco pessoas foram presas.
Uma série de coincidências marcou o nascimento do (não tão) pequeno Kauê Maciel. O bebê que nasceu pesando mais de 4 quilos (4,105kg) e é o primeiro menino dos quatro filhos de Maria Domingas Maciel, dona de casa de 27 anos que mora em Barcarena, nordeste paraense. O recém-nascido, que veio ao mundo no dia 13, também foi parto de número 4 mil no Hospital Materno-Infantil de Barcarena Dra. Anna Turan (HMIB). Para completar, o nome do recém-chegado, Kauê, tem quatro letras.
Uma das variantes de covid-19 mais temidas do mundo chegou ao Pará no dia 5 de agosto. Foi neste dia que o Instituto Evandro Chagas (IEC), órgão ligado à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde (SVS/MS), confirmou o primeiro caso da variante Delta do coronavírus no Pará. No dia 30 de julho de 2021, a instituição recebeu amostras de dois casos confirmados de covid-19, suspeitos de infecção pela variante Delta do SARS-CoV-2. As amostras foram enviadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública do Pará (Lacen) para o sequenciamento genômico que confirmaria a presença da variante.
No dia 29 de agosto, um acidente trágico matou mãe e filha, Renata Corrêa Bezerra e a pequena Maria Luiza Corrêa Torres, de dois anos, na avenida Nazaré, no bairro de mesmo nome. Na época, informações do próprio Centro Integrado de Operações (CIOP) indicaram que os condutores dos dois veículos envolvidos no acidente seguiam em alta velocidade pela avenida Nazaré quando perderam o controle e colidiram lateralmente, no cruzamento com a avenida Generalíssimo Deodoro. O pai e marido, Leandro Nascimento Torres, era quem conduzia o veículo. Motorista do outro carro, Allan Henrique das Chagas Rocha chegou a ser preso preventivamente, mas foi solto. O motorista foi acusado da suposta prática do crime de homicídio doloso por motivo fútil. Ele responde ao processo em liberdade.
Saúde pública volta a ser preocupação no último quadrimestre
O último quadrimestre do ano começou marcado por casos violentos. Logo no dia primeiro de setembro, a jovem Geordana Natally Sales Farias, de 20 anos, foi morta a facadas, na Cidade Nova, em Ananindeua. O crime aconteceu em uma viela entre a WE-82 e a WE-83. O assassino foi o ex-namorado dela, Lúcio Magno do Espírito Santos Quadros, por não aceitar o fim do relacionamento. Ele foi preso horas depois de cometer o crime e confessou.
No dia 7, após a morte de um homem de 55 anos, em Santarém, com suspeita de rabdomiólise, mais conhecida como a “doença da urina preta”, o município enfrentou a queda de venda do pescado e restaurantes amargaram prejuízos com a baixa frequência de clientes. Em 11 de outubro, um mês após a primeira notificação, nenhum caso foi confirmado da doença no Pará, embora 22 estivessem sob investigação.
Choveu granizo em Belém, no dia 15, e moradores se assustaram com o fenômeno, ao menos, em seis bairros da Região Metropolitana de Belém (RMB). Segundo a meteorologia, baixas temperaturas e correntes de ar favorecem a queda de pequenas pedras de gelo, que se formam nas nuvens. As pequenas pedras de gelo não são comuns na capital paraense. A última vez que a cidade registrou o fenômeno foi em 2015.
Outubro: mais um Círio na pandemia e a despedida a Sebastião Tapajós
Em 2 de outubro, morreu o violonista e compositor, Sebastião Tapajós, aos 79 anos de idade. O artista deixou uma discografia com 61 álbuns lançados, entre os anos 1963 e 2011 – e legado ainda não devidamente dimensionado no Brasil. Ele estava internado em hospital particular, Santarém, no oeste do estado, onde passou por uma cirurgia, e receberia alta no dia 3, mas teve um mal súbito e faleceu.
No dia 9, a cerimônia de descida do Glória foi alterada no roteiro tradicional da Festividade Nazarena, quando cerca de 400 participantes chegaram a se aproximar da imagem de Nossa Senhora. Em um momento surpreendente, a imagem considerada a original do "achado" do caboclo Plácido, que normalmente desce do Glória e fica apenas no altar da Basílica Santuário, foi levada até as escadarias da igreja, para o público do lado também pudesse ver e receber as bênçãos da padroeira dos paraenses.
Uma cerimônia ecumênica marcou a desativação do Hospital de Campanha do Hangar em Belém, no dia 16. Cerca de 7,3 mil pacientes com covid-19 foram atendidos desde o que foi criado em 10 de abril de 2020 pelo governo estadual, inicialmente com 420 leitos exclusivos para a covid-19. Em 2022, o Hangar voltará a funcionar como Centro de Convenções, Feiras e Eventos da Amazônia.
O fim de outubro teve a justiça a um caso brutal. No dia 21, o casal abusador e assassino da bebê de um ano pegou 129 anos de cadeia, em Parauapebas, no sudeste do Pará. O crime chocou o Pará, com repercussão na imprensa nacional, em janeiro de 2020. Foram dois dias de julgamento pelo Tribunal de Júri de Parauapebas até o anúncio da sentença de condenação do casal, Irislene da Silva Miranda, de 29 anos, e Deyvyd Renato Oliveira Brito, 32 anos, na noite desta quinta-feira.
Novembro: mais um feminicídio e o ataque de uma onça a um lavrador
Em 1º de novembro, peixes-boi foram vistos na praia do Bispo, em Mosqueiro, distrito de Belém. Segundo o Instituto Bicho D’água: Conservação Socioambiental, trata-se do peixe-boi da Amazônia (Trichechus inunguis), espécie que chega a 2,8 m e até 400 Kg. Esse mamífero aquático ocorre em toda a Amazônia, mas é raro ser avistado em Mosqueiro.
O lavrador Pedro Vaz Ferreira, de 67 anos, foi atacado por uma onça-pintada no dia 7, quando caçava na companhia de dois filhos, na zona rural de Portel, no Marajó. A vítima ficou com o rosto desfigurado, teve os ossos da face quebrados e perdeu a visão no momento do ataque do mamífero carnívoro. Dois após, ele foi internado no Hospital Metropolitano de Urgência e Emergência, em Ananindeua.
Édrica Moreira, de 19 anos, morreu por não resistir aos ferimentos graves dos quatro tiros que lhe atingiram o abdômen (dois tiros), a perna e um braço, no conjunto Sideral, em Belém. O crime ocorreu no dia 15. O principal suspeito é o militar temporário do Exército, Edisandro de Jesus da Costa, de 32 anos. Ele se entregou ao Quartel do Comando do II BIS, na companhia de um advogado, em 22 de novembro e segue preso.
Dezembro: o misterioso Caso Yasmin e o surto de gripe H3N2
No dia 12, a estudante de medicina veterinária Yasmin Fontes Cavaleiro de Macêdo, de 21 anos desapareceu, após participar de um passeio de lancha pelo rio Maguari, em Belém. O corpo dela foi encontrado na segunda-feira (13), às 12h40, em Icoaraci. O caso ainda é cercado de mistérios e está sendo investigado pela Divisão de Homicídios, da Polícia Civil.
Após vários relatos de unidades de saúde lotadas, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou um surto de gripe Influenza A (H3N2) em Belém, capaz de provocar aumento de 80% de casos nas unidades de saúde. Segundo a Sesma, a alta nas infecções foram atribuídas à sazonalidade do período climático e a incidência da doença em outros locais. A Secretaria de Estado de Saúde (Sespa), no dia 22, confirmou que pelo menos 40 casos da variante do vírus influenza estava em circulação no estado e emitiu um alerta.
Moradores de Marituba ficaram chocados com o crime brutal cometido por Marielza Rodrigues Ferreira, de 38 anos. No dia 18, ela matou uma mulher em situação de rua grávida e lhe arrancou do ventre o bebê que a mulher estava gerando. Após matar Clarita de Souza, Marielza foi presa em flagrante no hospital Divina Providência, quando passava pela mãe do bebê, que está internado.
No dia 21, a Sespa anunciou a vacinação contra a covid-19 com a quarta dose para breve nos municípios do Pará, em consonância com a recomendação do Ministério da Saúde (MS). A Sespa informou que enviaria comunicado aos municípios orientando a quarta dose para os pacientes imunossuprimidos, quatro meses após a terceira dose, com aplicação da vacina da Pfizer. Belém informou aguardar posição do Ministério da Saúde para vacinar crianças de 5 a 11 anos contra a covida-19.