Procedimento que possibilita a regressão de tumores e evita amputações é realizado pela primeira vez na região Norte

Luziane Rodrigues da Silva, de 20 anos, foi a primeira paciente a ser submetida, na região Norte, a uma perfusão dos membros, procedimento que possibilita a regressão de tumores. Ela tinha um tumor em estado avançado, que precisava retirado cirurgicamente e, na última quinta-feira, 21, passou pelo procedimento de alta complexidade, que evitou, também, a necessidade de amputações.

O procedimento foi realizado no Hospital Regional do Baixo Amazonas (HRBA), em Santarém. De acordo com o cirurgião que coordenou a equipe, Marcos Fortes, a paciente "já havia realizado tratamento com quimioterapia e radioterapia e não teve regressão do tumor, então precisávamos de alternativa para tentar preservar o membro". "A única alternativa que podíamos fazer era utilizar uma dose de quimioterapia muito maior do que o normal, o que não seria suportado por ela caso fosse feito pelo nível sistêmico, ou seja, passasse pelo corpo todo" completa.

O procedimento teve como objetivo isolar a circulação sanguínea da perna do restante do corpo, para que ocorresse a aplicação do quimioterápico. A temperatura do membro também foi elevada (próxima aos 40°) para obter uma resposta mais rápida. “O procedimento faz com que tenhamos uma resposta positiva de redução entre 20% a 40% no tamanho do tumor e permitir, com isso, que posteriormente seja possível operar e retirar o tumor sem precisar amputar a perna”, explica Fortes.

Após o isolamento, a circulação sanguínea passou a ser realizada fora do corpo, com auxílio de uma máquina que realiza o trabalho como se fosse o coração. Com a máquina de circulação extracorpórea, a paciente ficou com duas circulações diferentes, uma só para a perna, com a medicação, e o restante do corpo, sem o quimioterápico.

O procedimento durou mais de três horas e a expectativa é que a Luziane receba alta ainda nesta quinta-feira, 28, quando completa uma semana do procedimento, que teve total êxito.