Pará segue tendência de desabastecimento de materiais de construção

A falta de material da construção e o aumento dos custos continuam sendo os principais problemas da indústria da construção, segundo a CNI

Sérgio Chêne
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Apesar de faltar três semanas para o final da obra, ela se ressente da falta de alguns materiais de construção. “Tivemos dificuldade em encontrar alguns tipos de revestimento. Muitos lojistas diziam que o repasse dos materiais que vêm das fábricas do sul e sudeste, está bem restrito para região norte. Acredito que isso impacta bastante no preço por conta da procura desses materiais”, revelou a engenheira. “Alguns materiais básicos, como cimento, tijolo, também estão com o preço bem elevado”, conta ela.

O que a moradora de Ananindeua relata é apontado pela pesquisa Sondagem Indústria da Construção, realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) com o apoio da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), divulgada ontem (25). Pelo estudo e quinto trimestre consecutivo, a falta de material da construção e o aumento dos custos continuam sendo os principais problemas da indústria da construção. Os dois itens foram citados por 54,2% dos empresários entrevistados. Apesar de continuar preocupando os empresários, a pesquisa mostra que houve uma pequena redução em relação ao trimestre anterior, quando 55,5% dos entrevistados manifestaram preocupação com a falta de materiais.

No Pará, de acordo com o Sindicato das Empresas de Construção do Estado do Pará (Sinduscon-Pa), o desabastecimento, o preço alto e o atraso nas entregas de cabos elétricos em cobre é uma realidade, e a falta de produtos é uma preocupação do empresariado paraense e com um agravante, pois grande parte dos insumos não são produzidos no estado.  Esse cenário acaba, de acordo com o sindicato por abalar a cadeia do setor. “Isso causa um impacto ainda maior nas obras vigentes, se considerarmos a alta dos preços dentro de um ambiente de incertezas, sendo um ‘freio’ para o setor’, disse parte da nota do sindicato.

Aumentos consecutivos no preço da energia e dos combustíveis, dificuldade de frete e os crescimentos inflacionário e dos juros são outros fatores assinalados como “gargalos” vividos atualmente pelo empresariado, realidade que deve impactar negativamente na geração de novos empregos e registrada nos meses de setembro e outubro, aponta outro trecho da nota do Sinduscon.

Lentos Diniz, 38, é projetista de iluminação e tem uma empresa no ramo de iluminação em formato home office e enfrenta dificuldade de manter o seu negócio. “Exatamente isso que a pesquisa revela, é dificuldade. Hoje você procura os materiais e as lojas estão pedindo prazo de 80 dias, o que no passado era apenas um mês, além de que as tabelas mudam mensalmente”, assegurou.

Se em Belém sente o impacto revelado pela pesquisa da CNI, no interior não é diferente. Matheus Freire, 26 anos, é universitário e mantém um imóvel na cidade de Ourém, onde segue com uma reforma. Matheus conta que alguns materiais estão faltando justamente na finalização da reforma. “Faltam lajotas, isso justamente nos final do serviço. Verifiquei também um impacto no valor do cimento, sendo que próximo de lá, a cidade de Capanema possui uma fábrica. Ourém é uma cidade que possui fábrica de telha, de tijolo, tem jazidas de areias e seixo, esses itens estão garantidos com preços bons”.

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