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Movimento LGBTQIA+ tem resistido ao retrocesso no Pará, diz liderança

O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+, comemorado na próxima terça-feira, é data para diálogo e combate ao preconceito

Camila Guimarães

O Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ é comemorado no mundo todo, na próxima terça-feira (28), para celebrar o direito à liberdade de gênero e orientação sexual. O Movimento LGBTQIA+ do Pará afirma que a data também é relevante para intensificar o diálogo social contra a intolerância, o preconceito e a ignorância sobre o assunto.

A presidente do Movimento LGBTQIA+ do Pará e ativista pelos Direitos Humanos, Bárbara Pastana, concedeu entrevista ao jornal O Liberal e comentou os principais desafios e anseios da comunidade, atualmente. Confira:

 

Quais avanços a comunidade LGBTQIA+ considera que tem alcançado nos últimos anos?

Todas as políticas a nível nacional tiveram grande retrocesso nesses governos conservadores. Mas a gente avançou na unificação do movimento. O Pará resistiu quanto a alguns direitos: a manutenção do Conselho da Diversidade, na Secretaria de Justiça; a criação do plano estadual de enfrentamento à LGBTQIA+fobia; o lançamento do ambulatório do processo transexualizador, que funciona dentro da Policlínica - todos frutos da resistência do movimento.

 

Qual a importância e as lacunas do 1º levantamento sobre homo e bissexuais no Brasil, lançado pelo IBGE em maio deste ano?

O levantamento foi um marco histórico da luta, entendemos que foi um passo inicial importante, mas avaliamos que ele tem várias falhas, como a ausência de um recorte por identidade de gênero e outros setores que não foram incluídos. Também não são apenas 2,9 milhões de pessoas LGBTQIA+ no Brasil. Só na Parada Gay de São Paulo, são 3,5 milhões. A gente entende que somos muito mais.

 

Do que depende o fortalecimento da representatividade social LGBTQIA+ hoje?

A sociedade tem um grande poder nas urnas, para eleger pessoas que estejam verdadeiramente comprometidas com a garantia dos nossos direitos. Para isso, as pessoas precisam investigar os candidatos, quem são os parlamentares que de fato apoiam ou vão se aproveitar da bandeira para se promover. Essa fiscalização é fundamental para a construção da representatividade.

 

image Presidente do Movimento LGBTQIA+ fala sobre a realidade do movimento no Pará. (Filipe Bispo / O Liberal)

 

O que ainda tem alimentado a LGBTQIA+fobia na sociedade?

A ignorância. As pessoas se limitam a aprender sobre identidade de gênero e orientação sexual por preconceito. É muito fácil não se dispor a compreender o outro e continuar a tratar mal. Se uma pessoa tiver dúvida sobre como se referir a alguém visualmente feminina, ela pode pesquisar, ela pode perguntar, e respeitar a forma como a pessoa deseja ser identificada.

 

Quais características peculiares da luta LGBTQIA+ no Pará?

No Pará tudo é mais difícil, quando se fala de Direitos Humanos. Muitas das populações estão nas fronteiras, são ribeirinhas. Trabalhar sobre identidade de gênero e orientação sexual também perpassa pelo debate da exploração sexual de crianças e adolescentes, pela violação dos direitos das mulheres, o combate ao feminicídio. São lutas transversais e cotidianas com as quais o movimento LGBTQIA+ no Pará precisa lidar.

 

Qual a agenda do Dia Internacional do Orgulho LGBTQIA+ no Pará?

O Movimento e todas as 33 instituições que o compõem, no estado todo, farão agendas paralelas em seus municípios. Em Belém, com certeza terão atos, protestos contra a violação de direitos da população LGBTQIA+, mostras de filmes… Basta acompanhar nossas redes sociais.

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