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Mais de 60% dos paraenses não usam preservativos no Pará, indica pesquisa

Essas pessoas ficam, então, expostas a ISTs, incluindo o vírus HIV, da AIDS. No Brasil, 64% da população não costumam usar preservativos na relação sexual

O Liberal
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No Estado do Pará, 61% das pessoas não costumam usar preservativos nas relações sexuais, ou seja, apenas 39% protegem-se contra as Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) como é o caso, por exemplo, do vírus HIV, da AIDS. O estudo é de uma empresa de serviços de saúde, sediada no Brasil, e indica que 64% da população do Brasil não costuma utilizar preservativos na relação sexual. Na Região Metropolitana de Belém, mais de 20 mil pessoas vivem com o HIV, segundo relato do Comitê Arte pela Vida.

Em se tratando da faixa etária, do total geral de integrantes do estudo, 72% apontaram não ter o costume de usar camisinha, na idade entre 40 a 44 anos. Referente ao grupo dos 25 aos 29 anos, 68% explicaram não fazer essa utilização. O estudo também trouxe  a informação que 92% dos entrevistados têm ciência de que o preservativo evita as IST's. Na pesquisa, foram ouvidos 2.100 brasileiras e brasileiros, entre 19 de dezembro de 2022 e 2 de janeiro de 2023.

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Os dados coletados por estado revelaram que, no Distrito Federal, 52% dos participantes têm o hábito de usar preservativo. Em Minas Gerais, esse número foi de 29% e, no Rio de Janeiro, 32%. Já no Ceará e no Rio Grande do Norte, 43% e 15%, afirmaram fazer essa utilização, respectivamente.

A gravidade dessa ausência do uso de preservativos nas relações sexuais pode ser medida pelo fato de que cerca de 1 milhão de pessoas afirmaram ter diagnóstico médico de Infecção Sexualmente Transmissível (IST) ao longo de 2019, correspondendo a 0,6% da população com 18 anos de idade ou mais. A informação é da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada em 2021, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  

Segundo o Unaids - programa das Nações Unidas, desenvolvido para prevenir o avanço do HIV, entre 2010 e 2018, por exemplo, a taxa de transmissão do vírus no Brasil cresceu 21%, enquanto sofreu queda de 16% em todo o mundo.

Os preservativos, as famosas “camisinhas”, são cruciais na redução da incidência de IST. Além disso, elas dispõem de um papel essencial quando se fala em evitar gestações não planejadas, tendo em vista que, no país, a iniciação sexual é cada vez mais precoce. Acerca do assunto, inclusive, dados do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos (Sinasc/SUS) indicaram que um em cada sete nascimentos é oriundo de mães adolescentes.

Preservativos: trajetória histórica

A primeira camisinha com reservatório para o esperma surgiu em 1901, nos Estados Unidos, mas a verdadeira evolução delas ocorreu com aquelas feitas de látex, a partir de 1980. Tal fato representava um avanço, pois desse modo elas eram mais finas do que as iniciais, de borracha, necessitando de um menor trabalho para serem produzidas.

Estima-se que em 1935 cerca de um milhão e meio de camisinhas foram comercializadas nos Estados Unidos. Nos períodos seguintes, contudo, elas caíram em desuso, principalmente após o advento da pílula anticoncepcional.

A partir de 1980, o HIV modificou a consciência mundial a respeito da sexualidade, notadamente quando se fala em sexo seguro. Assim, a camisinha voltou à cena, e como uma heroína, posto que é o único método capaz de reunir, em apenas uma ferramenta, a prevenção à gravidez indesejada e às infecções sexualmente transmissíveis.

No Brasil da década de 1980, por exemplo, começo da epidemia de HIV, os preservativos eram distribuídos apenas em datas específicas, como o Carnaval e o “Dia Mundial de Luta Contra Aids”, mas, de 1994 em diante, iniciou-se a distribuição ampla deles, através do Sistema Único de Saúde (SUS), facilitando o acesso da população.

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Na Grande Belém: alerta máximo

Na RMB, mais de 20 mil pessoas vivem com o HIV, e Belém lidera o ranking de infectados e óbitos, como destaca Francisco Vasconcelos, da Coordenação do Comitê Arte pela Vida. 

"No Carnaval, no Circuito Mangueirosa, nós distribuímos mais de 40 mil prservativos ao público, em um trabalho feito em parceria com a Sespa (Secretaria de Estado de Saúde Pública), que fez testagem nas pessoas e detectou alto índice da IST sífilis; e ao longo deste ano, vamos intensficar campanhas nas escolas, nos canteiros centrais, vamos atuar nas Usinas da Paz nas universidades, com palestras focando na prevenção", declara Francisco.

 

Problemas cruzados

Na avaliação do bioquímico Mauro Brabo, coordenador de IST/AIDs da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), o índice de 61% dos paraenses não costumarem usar preservativos nas relações sexuais denota duas situações preocupantes. "Ficar sem usar o preservatio é fonte de risco; esse levantamento indica que muitas pessoas preferem não usar o preservativo e, como nós temos muitas pessoas que não fazem exames, ainda que possam fazê-lo nas unidades de saúde, aí são dois problemas cruzados e graves na área da saúde", destaca Mauro. 

Belém apresenta taxas altas de sífilis, IST cuja incidência teve aumento em 20222, como informou Mauro Brabo. A orientação da Sespa é que as pessoas utilizem o preservativo nas relações sexuais, independente se estejam casadas ou não.


Confira o índice de brasileiras e brasileiros que 
costumam usar preservativo nas relação sexual por Estado:

1  - Distrito Federal - 52%
2  - Roraima - 50%
3  - Amazonas -48%
4  - Acre - 45%
5  - Ceará - 43%
6  - Alagoas - 41%
7  - Mato Grosso - 41%
8  - Sergipe - 41%
9  - Maranhão - 40%
10 - Piauí - 40%
11 - Tocantins - 39%
12 - Pará - 39%
13 - Amapá - 38%
14 - Rio Grande do Sul - 37%
15 - Bahia - 37%
16 - São Paulo - 37%
17 - Rondônia - 36%
18 - Pernambuco - 34%
19 - Rio de Janeiro - 32%
20 - Paraíba - 32%
21 - Goiás - 30%
22 - Santa Catarina - 30%
23 - Mato Grosso do Sul - 29%
24 - Minas Gerais - 29%
25 - Espírito Santo - 27%
26 - Paraná - 23%
27 - Rio Grande do Norte - 15%

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