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Mais de 4 mil casos de dengue foram registrados no Pará em 2022

Estatística é a maior dos últimos três anos. O Brasil também bateu recorde, com o maior número de mortes por dengue na história do país

Camila Guimarães
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No Pará, 4.620 pessoas foram diagnosticadas com dengue só no ano passado, um aumento de 150,2% em relação ao número de casos registrados em 2020. Neste intervalo de tempo, cerca de 10.679 pessoas foram acometidas pela doença (dados da Secretaria de Estado de Saúde Pública, Sespa). Ainda esta semana, o Ministério da Saúde divulgou um boletim epidemiológico revelando que o Brasil bateu recorde de mortes por dengue, com 1.016 vítimas em 2022. O recorde anterior era de 2015, que contou 985 mortes.

O aumento de casos nos últimos anos se deve a uma grande subnotificação entre 2020 e 2021, avalia a coordenadora de arboviroses da Sespa, Aline Carneiro, uma vez que, neste período mais intenso da pandemia de covid-19, o isolamento social e a superlotação dos sistemas de saúde fizeram muitas pessoas não buscarem atendimento médico. “Com a retomada das fiscalizações municipais nos lares, integralmente em 2022, mais casos suspeitos e confirmados entraram para a estatística”, justifica.

No ano passado, Belém não ficou entre as três cidades com mais casos de dengue do estado. O ranking foi liderado pelo município de Parauapebas, no sudeste do Pará, com 1.176 casos, enquanto que a capital registrou 218. Nos últimos três anos, cinco pessoas morreram de dengue no Pará.

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Moradores devem evitar a água parada

Socorro Chaves, de 59 anos, moradora há mais de 30 anos da passagem Vitória Régia, na Terra Firme, relata que sempre que o bueiro entope, devido ao descarte irregular de resíduos, a rua enche de água quando chove e, depois, demora a esvaziar, chegando a formar poças próximo à calçada coberta de mato, que leva dias para secar. Cenário ideal para a reprodução de mosquitos.

“Aqui pela rua estava mais cheio, mas a prefeitura veio e limpou. Mas ficou o bueiro. Quando chove enche tudo isso aqui, principalmente porque o bueiro está fechado e fica essa água aqui. Dá mosquito e carapanã. Isso dá muito”, reclama. 

image Moradora da Terra Firme diz que tem que fazer a limpeza de valas para evitar água parada. (Sidney Oliveira / O Liberal)

Felizmente, nem Socorro, nem a mãe de 78 anos, dona Adelaide Rodrigues, ficaram doentes nos últimos tempos. Socorro diz que isso se deve aos cuidados que toma para prevenir infecções e proliferação de insetos, alguns dos quais vão além do que seria sua responsabilidade pessoal:

“Graças a Deus a gente nunca pegou dengue aqui, mas a gente toma os cuidados. A mamãe só dorme com mosquiteiro. A gente pega os vasilhame que tem água e joga fora, a gente limpa o quintal e queima o lixo, eu roço o quintal para ficar limpo. Aqui eu também desentupo a vala, capino a beirada para a água correr, mas agora a gente não está conseguindo porque o bueiro está bem entupido mesmo”, conta.

 

Município combate focos na cidade

A integrante do Programa Municipal de Controle da Dengue da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), Luciana Santos, diz que, em Belém, cenários como os de dona Socorro são os mais frequentes para viabilizar a reprodução do mosquito transmissor da dengue.

“São justamente nesses locais com descarte irregular de lixo e acúmulo de água da chuva, inclusive em depósitos naturais, como as folhagens, que o mosquito costuma se reproduzir. Também é muito comum acharmos focos em fossas assépticas com vedação irregular e até mesmo dentro de casa, em vasos de plantas, garrafas, piscinas sem o tratamento adequado etc”, detalha.

image Limpeza de áreas externas e internas é o que pode prevenir a proliferação do mosquito vetor da dengue. (Sidney Oliveira / O Liberal)

Luciana conta que, quando um paciente é notificado com suspeita de dengue, após seis dias de duração dos sintomas, uma equipe técnica é enviada até a residência da pessoa para coletar a amostra de sangue para o diagnóstico. Ao mesmo tempo, um Bloqueio de Transmissão Viral (BTV) é instalado na área para evitar a propagação dos mosquitos.

“Os agentes fazem uma varredura em toda a vizinhança daquele paciente para encontrar os focos de proliferação do mosquito e exterminá-los, garantindo que outras pessoas não fiquem doentes”, explica a especialista.

A Sespa, por sua vez, diz que acompanha os relatórios de cada município e se reúne com representantes regionais mensalmente para avaliar os cenários do Pará. “Nós temos Salas de Situações Estaduais instaladas desde agosto do ano passado e orientamos continuamente os Planos de Contingência municipais para que cada cidade esteja preparada para lidar com os casos”, explica a coordenadora de arboviroses, Aline Carneiro.


Confira mais informações sobre dengue no Pará

Municípios com mais casos

Em 2022
1- Parauapebas: 1176 casos
2- Conceição do Araguaia: 423 casos
3- Santarém: 333 casos

Em 2021
1- Belém: 600 casos
2- Itaituba: 504 casos
3- Conceição Do Araguaia: 257 casos

Em 2020
1- Altamira: 292 casos
2- Novo Progresso: 214 casos
3- Belém: 183 casos

Sintomas de dengue

Febre alta, dores de cabeça e no corpo, prostração, fraqueza, erupção e coceira no corpo. Pode haver perda de peso, náuseas e vômitos

Diagnóstico

Feito após seis dias de sintomas, por meio de coleta de amostra de sangue. Consultar a Unidade Básica de Saúde em casos suspeitos.

Tratamento

Não existe tratamento específico. São tratados os sintomas, como febre e dor. É recomendado descanso e consumo abundante de líquido.

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