Estoque de vacinas para crianças até 4 anos está zerado, afirma Ministério da Saúde
A secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, diz que negociações estão ocorrendo para aquisição de 7,7 milhões de doses

O estoque do governo federal de vacinas pediátricas contra covid-19, para crianças até 4 anos de idade, está zerado. A afirmação é da secretária de Vigilância em Saúde e Ambiente do Ministério da Saúde, Ethel Maciel, feita em Brasília, nesta sexta-feira (6). A expectativa, comentou, é de antecipar remessas de 3,2 milhões de doses para o público entre seis meses e quatro anos, e outras 4,5 milhões de doses para o público entre quatro e 11 anos. Possivelmente, as doses podem chegar até o final do mês. Uma das metas é garantir pelo menos duas doses de reforço em todo o público em geral, já que atualmente não chega a 50% no Brasil. As informações são da Agência Brasil.
“Vamos resolver o problema”, disse Ethel, destacando que já realizou reuniões com a fabricante de vacinas pediátricas Pfizer, a única que produz o imunizante para a faixa etária de seis meses aos três anos de idade. A outra vacina pediátrica contra covid-19, a CoronaVac, produzida pelo Instituto Butantã, pode ser aplicada a partir dos três anos de idade. No entanto, o contrato com o instituto foi paralisado pela gestão anterior do Ministério da Saúde. A secretária afirmou que será retomado retomado em breve.
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Essa falta de imunizantes para crianças é sentida pelo município de Belém desde o último trimestre de 2022, com a paralisação da vacinação de crianças de 6 meses a 2 anos. Para a faixa etária de 3 a 4 anos, há imunizantes disponíveis. Na capital, são mais de 40 mil crianças de 6 meses a 4 anos. No Pará, cerca de 629.987 crianças estão nessa faixa etária, como informa a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa)
Enquanto faltam imunizantes para crianças, o MS registra um excesso de doses para adultos. Ethel garante que essa disponibilidade e estoque serão regularizados junto aos governos estaduais e municipais. Para o ministério, há gargalos deixados pela administração anterior na comunicação e na distribuição de vacinas. “Precisamos reestabelecer esses fluxos que ficaram muito confusos. A missão do ministério é restituir esse diálogo com as unidades de federação”, acrescentou.
Ethel anunciou que uma reunião da Câmara Técnica de Assessoramento à Imunização contra covid-19 (Ctai), da qual participam representantes de estados e municípios, foi marcada para a próxima terça-feira (10). A meta é discutir a provável antecipação de uma nova campanha de vacinação contra a covid-19. Também é possível que alguns estados recomendem uma quarta dose para o público abaixo de 30 anos sem comorbidades, o que será discutido na câmara técnica. A prioridade, contudo, deve ser completar o esquema vacinal de todos os adultos com ao menos uma dose de reforço.
Nova variante da covid-19 aumenta urgência de campanha de vacinação
Em relação ao primeiro caso da variante XBB.15 no Brasil, identificado em São Paulo, a secretária destacou que esse é um fator que leva o Ministério da Saúde a considerar a antecipação de uma nova campanha de vacinação, e que a prioridade no momento será completar o esquema vacinal de adultos.
"Recebemos a informação de que a variante está circulando e a amostra é de novembro. Vamos discutir com a Câmara Técnica. O que temos sobre a nova variante é a alta transmissibilidade e queremos retomar esses esquemas vacinais com pessoas com dose em atraso”, concluiu Ethel.
Dados do Vacinômetro da Sespa, nesta sexta-feira (6), mostram que a população vacinável do Pará é de 7.468.272. Cerca de 33,38% tomaram a terceira dose. Já a quarta dose só foi recebida por 4,23% da população paraense.
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