Entenda o que é um linfoma, câncer que deve atingir 14 mil brasileiros este ano

No Pará, Hospital Ophir Loyola chama atenção para a importância do diagnóstico precoce.

O Liberal
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Um levantamento feito pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca), estima que 14 mil pessoas devem desenvolver linfomas este ano no Brasil. No Pará, o Hospital Ophir Loyola (HOL), referência em oncologia no Estado, já realiza acompanhamento a 92 pacientes com a doença, sendo 49 homens e 43 mulheres. 

O linfoma é um tipo de câncer que afeta os linfócitos, células responsáveis por proteger o corpo de infecções e doenças. A doença se desenvolve principalmente nos linfonodos, também conhecidos como ínguas, ou nos gânglios linfáticos, caracterizada pela formação de caroços que podem aparecer no pescoço, axila ou região inguinal. 

O médico hematologista do HOL, Thiago Xavier, explica que o câncer linfático pode se desenvolver em diversas partes do corpo. “Como possuímos células de defesa em todo corpo, a doença pode surgir em qualquer local e existem mais de 40 tipos de linfomas. De modo geral o linfoma não tem uma causa conhecida. Alguns fatores podem influenciar um maior risco como infecções por HIV ou hepatite C”, explicou. 

Os sintomas da doença, segundo os médicos, dependem da localização. Se ocorrer nos gânglios linfáticos superficiais do pescoço, axilas e virilha, ocorre o aumento dos gânglios e a formação de ínguas. Se a doença ocorrer na região do peito, podem ocorrer tosse, falta de ar e dor no local. Quando aparece na pelve ou abdômen, os sinais são desconforto e distensão abdominal. Outros sinais de alerta incluem febre, fadiga, sudorese noturna, perda de peso sem motivo aparente, coceira no corpo, anemia, fraqueza e febre constante. 

Foram as dores de cabeça constantes, no final do ano passado, que acenderam um sinal de alerta para Débora Raissa Nascimento, 19 anos. Depois de procurar uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA), a jovem foi encaminhada para o neurologista e descobriu que havia tumores no olho direito e próximo ao pulmão. 

Débora foi submetida a cirurgia para a retirada do tecido que estava no local, constatado o Linfoma de Burkitt, um tumor de crescimento rápido que se origina nos linfócitos B, onde são produzidos anticorpos essenciais para combater algumas infecções. O tratamento quimioterápico durou até março de 2021, no HOL. Hoje, a paciente faz acompanhamento de rotina a cada dois meses. 

“Todos os dias eu me perguntava como uma pessoa da minha idade tinha uma doença tão grave, principalmente porque o meu filho era recém nascido e eu não conseguia cuidar dele. Fiquei muito triste com a situação, mas hoje graças a Deus, estou curada. Sempre que venho às consultas, recebo os resultados dos exames e fico sabendo que está tudo bem, a felicidade é grande”, afirmou Débora Nascimento.

A doença é diagnosticada por meio de biópsia, que consiste na retirada de uma fração do tecido para análise. Alguns linfomas podem ser diagnosticados apenas por meio de exames clínicos, laboratoriais ou radiológicos, principalmente quando há sintomas sugestivos da doença.

Não há forma de prevenção, o mais importante é o diagnóstico precoce. Gânglios aumentados, com crescimento progressivo e endurecidos devem ser avaliados por hematologista para pesquisar um possível linfoma. Tratamentos em fases precoces estão associados a excelente resposta e cura.

“Novos medicamentos inteligentes e altamente eficazes já estão disponíveis e possuem menos efeitos colaterais, não há queda de cabelo e são altamente eficazes. Esses medicamentos têm melhorado muito as chances de cura e controle dos linfomas. Raramente a cirurgia é utilizada, quando ocorre é pequena e geralmente não possui efeitos colaterais significativos”, garante o hematologista Thiago Xavier. 

O serviço dedicado ao câncer linfático funciona todos os dias no HOL. Para dar início ao tratamento no hospital, o paciente deve ser encaminhado pela Unidade Básica de Saúde (UBS) ou Secretaria de Saúde do município de origem, via sistema de regulação.

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