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Pesquisa revela a influência de organizações criminosas ligadas ao tráfico em Belém e Ananindeua

Estudo aponta a ação de facções em 16 bairros dos dois municípios, com mais indícios de presença do Comando Vermelho

O Liberal

O próximo domingo (26) é marcado pelo Dia Internacional de Combate ao Abuso e ao Tráfico de Drogas, data instituída pela Organização das Nações Unidas (ONU) para conscientizar sobre a dependência química, tráfico de entorpecentes e problemas sociais decorrentes de ambos. Entre 2019 e 2021, o Pará bateu recorde histórico ao apreender 23 toneladas de drogas, a partir de ações dos órgãos do Sistema Estadual de Segurança Pública e Defesa Social (Sieds). Entretanto, os pormenores dessa realidade são mais complexos e vão além da apreensão, conforme mostra pesquisa científica sobre o assunto.

O geógrafo, pesquisador da Universidade do Estado do Pará (Uepa), Aiala Colares, já desenvolve, há pelo menos 18 anos, estudos na área de segurança pública, crime organizado e redes de narcotráfico. A partir de pesquisa de campo, entrevistas e observações da cidade, seu estudo mais recente buscou mapear a influência de organizações criminosas associadas ao tráfico de drogas em Belém e Ananindeua.

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Apesar de a maior parte dos bairros identificados na pesquisa serem áreas consideradas de periferia, o professor enfatiza que se engana quem acredita que o comércio de drogas se limita a esses bairros: “A droga comercializada em Belém está por toda parte, do centro às periferias, inclusive, nos condomínios de luxo. Mas, é nas periferias que há toda uma construção de estigmas que reforçam o preconceito e a violência, sobretudo, violência policial”, diz o pesquisador.

Para Aiala, além do combate direto ao tráfico, por meio de apreensões e desarticulação das organizações criminosas, é fundamental também a valorização das comunidades nos bairros, por meio do incentivo à cultura, esporte e lazer, de modo a coibir a presença desses grupos:

“É uma estratégia que parece simples, mas requer recursos humanos e preparação. A solução também pode estar nas próprias periferias. Existem vários projetos culturais que já vêm sendo desenvolvidos e partiram das pessoas da periferia, como o Tela Firme, Telas em Movimento, Cine Clube TF, e outros. Acredito que a ideia é que o estado desse subsídios e condições para que essas propostas ganhassem força”.

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