CONTINUE EM OLIBERAL.COM
X

Conflitos fundiários colocam 20 mil famílias do Pará em risco de ficar sem casa

Mais de 9,6 mil famílias que podem perder a moradia se encontram em Belém, como aponta o levantamento divulgado pela organização Habitat para a Humanidade do Brasil

Victor Furtado
fonte

No Pará, cerca de 20 mil famílias — ou 81.064 pessoas ao todo — correm o risco de perderem suas casas devido a conflitos fundiários diversos. Os dados foram compilados pela Campanha Despejo Zero, do Panorama dos Conflitos Fundiários Urbanos no Brasil e da Defensoria Pública do Pará. Só em Belém, são 9.667 famílias. O levantamento compreende o período de março de 2020 até a primeira quinzena de maio deste ano.

Entre os dias 22 e 24 de maio, Belém receberá a Missão em Defesa do Direito Humano à Moradia. A ação, realizada pelo Fórum Nacional de Reforma Urbana, Habitat para a Humanidade Brasil e outras entidades e movimentos populares, tem como objetivo averiguar violações de direitos relacionados ao contexto da falta de moradia e das ameaças de despejo.

"É um alarmante número de pessoas em ameaça de despejo de suas moradias. Dentre essas pessoas, muitas são mulheres, crianças, idosos e populações indígenas. O Pará tem um déficit habitacional de 350 mil domicílios, sendo 80 mil na Região Metropolitana de Belém, e tantas pessoas ainda precisam conviver com o medo de serem despejadas. Após as visitas às comunidades, haverá a visita a autoridades e então a audiência pública, para analisar e expor possíveis violações de direitos à moradia às que tantas pessoas no Pará estão expostas", declarou Raquel Ludermir, gerente de Incidência Política da Habitat Brasil.

O Pará possui cerca de 796 mil famílias em déficit habitacional, ou seja, que precisam de um lar adequado ou que estão sem ele. O número corresponde a 13,55% do total do país, dando ao estado o título de quinta unidade federativa no ranking com mais problemas. Os dados são da Fundação João Pinheiro e têm como base as informações do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), que fez um levantamento sobre a qualidade das residências do Brasil. Em nível nacional, a deficiência de moradias atinge 5.876.699 famílias. O pior cenário está nas regiões Norte e Nordeste, sendo o Amapá líder em falta de casas corretas: 17,8%. Os índices podem ser muito maiores, após a crise gerada pela pandemia e o censo estar desatualizado.

LEIA MAIS

image Fim do inverno amazônico deve acelerar obras de urbanismo e habitação em Belém
Além dos benefícios para a cidade, a previsão das secretarias é que período gere emprego e novas frentes de trabalho

image Prefeitura de Belém retoma políticas públicas habitacionais para a cidade
Gestão municipal irá garantir 3.473 moradias até 2024; quase mil já foram entregues

image Com visita do ministro das Cidades, Minha Casa, Minha Vida é retomado no Pará
Jader Filho cumpriu agenda em Abaetetuba e Belém para vistoriar obras

Missão vai visitar Belém, Barcarena, Benevides e Ananindeua

Na ação, serão acompanhadas denúncias de conflitos referentes a despejos violentos e violações ao direito à moradia, ao território quilombola e causadas por projetos de desenvolvimento. Serão visitadas cinco localidades de Belém: Ocupação Terra Prometida, Ocupação de Mulheres Raiana Alves, Residencial Viver Pratinha, Ocupação Liberdade e Ocupação Abrigo.

A missão ainda vai visitar duas comunidades de Barcarena (Assentamento Tauá e Sítio Conceição), uma de Benevides (Assentamento Terra Cabana) e outra que está localizada entre as cidades de Belém e Ananindeua (Ocupação Jardim Brasil). Uma Audiência Pública será realizada no dia 24 de maio, com participação de representantes do poder legislativo, executivo e sociedade civil. A audiência será na sede da Ordem dos Advogados do Brasil - Seção Pará (OAB-PA), em Belém, das 14h às 17h.

As Missões-Denúncia são uma iniciativa construída por diversas entidades, redes e movimentos populares urbanos para tornar públicos casos de violações de direitos humanos e ameaças de despejo. O objetivo é dar visibilidade nacional às denúncias de violações de direitos humanos, sobretudo no que diz respeito a conflitos fundiários e despejos, além de buscar também ampliar o debate com os poderes públicos para construção de soluções para as questões de moradia social.

 

Família ameaçadas de despejo no Pará

  • Belém - 9.667
  • Marituba - 4.707
  • Marabá - 1.200
  • Ananindeua - 951
  • Eldorado do Carajás - 592
  • Vigia - 350
  • Castanhal - 350
  • Santa Izabel do Pará - 300
  • Dom Eliseu - 280
  • Canaã dos Carajás - 250
  • Benevides - 208
  • Tailândia - 200
  • Santa Bárbara do Pará - 181
  • Viseu - 150
  • São João do Araguaia - 120
  • Ulianópolis - 114
  • Abaetetuba - 100
  • Barcarena - 100
  • Nova Ipixuna - 70
  • Rondon do Pará - 70
  • Piçarra - 60
  • Itupiranga - 60
  • Breu Branco - 60
  • Anapu - 54
  • Goianésia do Pará - 40
  • Igarapé-Miri - 32

FONTE: Campanha Despejo Zero, do Panorama dos Conflitos Fundiários Urbanos no Brasil e da Defensoria Pública do Pará

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Pará
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

RELACIONADAS EM PARÁ

MAIS LIDAS EM PARÁ