Lideranças Kayapó dizem que bloqueio da BR-163 não tem previsão para acabar

Após liberarem o tráfego de veículos na BR-163, por volta das 17h desta quarta-feira (19), os índios Kayapó voltaram a bloquear esta quinta-feira (20) o quilômetro 332 da rodovia, no município de Novo Progresso, no sudoeste paraense. Não há previsão de suspensão do bloqueio, confirmaram esta tarde a O Liberal os participantes do ato.

Segundo as lideranças, a liberação da via era provisória e os bloqueios seguem sendo retomados como forma de pressão e pedido de atenção de autoridades. Os atos na BR-163 vêm sendo realizados desde segunda-feira (17). Os indígenas cobram o governo federal e apresentaram várias reivindicações, ligadas à saúde indígena, estrutura das rodovias, proteção territorial e contra o estabelecimento do corredor de escoamento conhecido como Ferrogrão.

Segundo detalhou esta tarde Mydjere Kayapó Mekrãgnoti, liderança Kayapó, o bloqueio não será suspenso esta tarde, como era previsto anteriormente. Ouça:

Doto Katiere, outro líder do movimento, já havia dito nesta quarta-feira (19) que um novo fechamento da pista estava previsto para as 7h desta quinta-feira (20), mas com previsão de desbloqueio às 16h. A pista seria liberada esta tarde para que todos os índígenas pudessem participar de uma festa que está marcada na região. Essa previsão mudou esta tarde, confirmou Mydjere Kayapó Mekrãgnoti. Ele explica:

Lideranças desmentem boatos de radicalização

As lideranças dizem que aguardarão respostas da Funai, DNIT, ANTT e Ministério da Infraestrutura do governo federal. Elas desmentiram os boatos que circulam afirmando que, caso as demandas dos Kayapó não sejam artendidas, o bloqueio da BR-163 incluiria outros atos, como a destruição de parte da pista e o intuito de deixar a região também sem energia elétrica, com ataques a torres de transmissão. "Isso é mentira. Não faremos isso", asseverou Mydjere Kayapó Mekrãgnoti. Ouça:

Documento enviado pela Funai foi queimado

Durante a manifestação desta quinta, que bloqueou a rodovia Santarém-Cuiabá, um documento encaminhado pela Funai às lideranças foi queimado na pista da BR-163. Segundo as lideranças do ato, isso significou que nenhum aceno positivo foi encaminhado pela Fundação Nacional do Índio frente às reivindicações dos indígenas. Ouça: 

Entre as respostas que os Kayapó exigem, está o estabelecimento de um plano básico ambiental de desenvolvimento sustentado na região. 

A redação integrada de O Liberal segue apurando o ato. Acompanhe.