Barcos chineses realizam pesca ilegal no Marajó, diz imprensa argentina

O portal de notícias argentino Infobae publicou matéria onde afirma que navios chineses estão realizando pescas ilegais e a retirada da água das bacias amazônicas 

Vitória Reimão
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No dia 1° de agosto, o portal de notícias argentino Infobae publicou matéria afirmando que navios chineses estão realizando pescas ilegais no território amazônico, nas águas paraenses. As embarcações estariam atracadas na região do Soure, no Arquipélago do Marajó, para extração de peixes e mariscos. Os navios também estariam retirando água da bacia amazônica para realizar a venda em outros países. 

Por conta da grande variedade de peixes e mariscos na região marajoara, a reportagem da Infobae ressaltou que este seria um dos motivos, já que os navios chineses costumam realizar saques nas águas da zona atlântica - e que estão cada vez mais perto da região amazônica, com a intenção de extrair mais espécies

Ao portal argentino, o prefeito de Soure, Carlos Gouvêa, disse para que a atividade ilegal afeta de forma excessiva os esforços estaduais e municipais que visam o desenvolvimento de uma economia sustentável, no qual é baseado na integração das comunidades regionais para a produção dos alimentos demandados e consumidos na região do Marajó. 

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Carlos ainda citou o combate à pesca ilegal, feito pela Guiana Francesa, que impede a chegada de navios chineses à costa. "Eles têm uma estrutura melhor para combater este flagelo, mas aqui na região de Marajó no Brasil, eles fazem e chegam muito perto das nossas costas com aquelas redes que arrastam os peixes", avaliou Carlos Gouvêa.
 
O veículo argentino enviou repórteres à região do Marajó e publicou foto que mostra pesqueiros chineses vistos na costa do Estado do Pará. O prefeito ainda acrescentou sobre o roubo de água das bacias amazônicas. Ele alega que os líquidos são vendidos para outros países. 

“Uma curiosidade é que os grandes cargueiros que passam por aqui, uma das coisas ilegais que eles fazem é encher os barcos com água doce da Amazônia para levar para outras partes. Eles levam para o Oriente Médio, é mais barato tornar aquela água potável do que dessalinizar a água de lá”, disse Carlos Gouvêa. 

No mês de junho, uma comitiva de alto nível da Força Naval da China visitou o Brasil. Segundo informações da Folha de São Paulo, o comandante da Marinha, Marcos Sampaio Olsen, pretendia falar sobre os crimes cometidos no Atlântico Sul, incluindo a pesca ilegal. 

Nesse mesmo mês, ocorreu um simpósio da China, no qual contou com a presença de representantes das três Forças Armadas Brasileiras. Foi dito sobre a construção de uma comunidade com destino comum entre a China e os países da América Latina e Caribe, envolvendo a cooperação militar e o conhecimento mútuo. Mesmo com os dois encontros, a denúncia da vinda da Ilha de Marajó aponta que a pesca ilegal chinesa na região não cessou ou diminuiu.

Posicionamentos

Procurado, o governo do Pará informou não ter competência de fiscalização por tratarem-se de águas federais. A redação integrada do Grupo Liberal solicitou nota à Prefeitura Municipal de Soure sobre a pesca ilegal realizada na região. A reportagem aguarda retorno do órgão.

Em nota enviado ao Grupo Liberal, o deputado estadual Rogério Barra (PL) informa que enviou ofícios à Marinha do Brasil e ao Ministério das Relações Exteriores solicitando posicionamento sobre as denúncias de biopirataria chinesa nos rios da Amazônia. 

(Vitória Reimão, estagiária sob a supervisão de Lázaro Magalhães, coordenador de Atualidades)

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