MENU

BUSCA

Como se proteger de animais peçonhentos neste verão; veja as dicas

Sespa aponta mais de cinco mil casos de acidentes com animais peçonhentos no Pará

O Liberal

Com a chegada das férias de julho, aumentam as populações de municípios do interior em busca de balneários. Os veranistas precisam estar atentos para evitar acidentes com animais peçonhentos na zona rural. Somente até o início do mês de julho deste ano, foram registrados 5.053 acidentes com serpentes, aranhas, escorpiões e outros insetos. Para se proteger desse tipo de acidente, é preciso tomar alguns cuidados e, caso ocorra alguma intercorrência, é importante adotar atitudes emergenciais.

“É nesse contato mais próximo com a natureza, seja na praia ou no campo, que ocorrem os acidentes com animais peçonhentos, a maioria deles envolvendo serpentes, aranhas e escorpiões”, explica a coordenadora estadual de Zoonoses, Elke Abreu, da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).

Abreu explica que algumas medidas simples podem prevenir acidentes. Para evitar acidentes com serpentes, por exemplo, as pessoas precisam usar equipamentos de proteção individual (EPIs), como luvas de couro, botas de cano alto e perneiras durante trilhas e passeios na mata, nas limpezas de áreas com acúmulo de lixo, limpeza de terrenos e serviços de jardinagem. “Evite andar descalço, pois o uso de botas ou perneiras tem proteção efetiva em 80% dos acidentes”, garante Elke Abreu.

VEJA MAIS

Mulher sofre necrose em mamilo após picada de aranha-marrom em Santa Catarina
Vítima só procurou ajuda após 24 horas da picada, o que contribuiu para piora do caso

Menino de seis anos morre após ser picado por escorpião
O garoto estava dentro de casa quando foi ferido pelo inseto. Ele chegou a ser socorrido, mas não resistiu

Cobra é encontrada em avião e atrasa voo em duas horas
O animal estava escondido atrás de um painel e poderia ter desaparecido mais profundamente no avião

Os cuidados precisam ser redobrados, principalmente próximo a rios e igarapés, onde há maior fluxo de pessoas em julho. “As crianças não devem ficar sozinhas nesses locais, pois, em caso de ataque, é importante observar as características dos animais para facilitar o atendimento médico e o uso do soro antiofídico”, explica a coordenadora.

Também é fundamental prevenir a possibilidade de acidentes no entorno das casas. Elke recomenda manter os terrenos sempre limpos e com a grama aparada próxima à moradia, evitando o acúmulo de lixo e restos de construção.

Dicas de prevenção dentro e fora de casa

Outras medidas preventivas também podem ajudar, como:

  • Evitar pendurar roupas fora dos armários;
  • Limpar regularmente móveis, cortinas, quadros e cantos de parede;
  • Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos, forros e rodapés;
  • Utilizar telas, vedantes ou sacos de areia em portas, janelas e ralos;
  • Limpar terrenos baldios, pelo menos na faixa de um a dois metros junto a muros ou cercas;
  • Fazer o controle de roedores e conter insetos, principalmente baratas, que são alimentos para escorpiões e aranhas;
  • Evitar se aproximar da vegetação ao amanhecer ou entardecer, como gramados ou jardins, pois esse é o momento de maior atividade das serpentes.

Aranhas e escorpiões

Para evitar picadas de aranhas e escorpiões, o correto é observar com atenção o local de trabalho. Ao encontrar animais peçonhentos, as pessoas devem se afastar com cuidado, para evitar assustar os animais ou tocá-los, mesmo que pareçam mortos.

Outro conselho é não colocar as mãos desprotegidas em tocas ou buracos na terra, troncos ocos, cupinzeiros e entre espaços em montes de lenha ou pedra, e embaixo de rochas. No caso de residências que ficam fechadas por muito tempo, a orientação é abrir portas e janelas para permitir a ventilação e observar se há muitas teias de aranha ou mofo nas paredes e tetos.

As pessoas devem inspecionar roupas, calçados, toalhas de banho e de rosto, roupas de cama, panos de chão e tapetes antes de usá-los; afastar camas e berços das paredes e não deixar lençóis ou cobertores encostados no chão. “Ao se trocar móveis de lugar, é importante usar sapatos fechados e luvas grossas”, detalha.

Arraia

Outro animal que também gera muitos acidentes no período de julho é a arraia. Esse tipo de peixe possui um ferrão com peçonha, que não possui antídoto. Os acidentes ocorrem geralmente quando a pessoa pisa no animal ao caminhar em rios e mares em áreas rasas. A arraia lança sua cauda, crava os espinhos e libera o veneno no pé ou na perna da pessoa. A vítima precisa ser levada ao hospital para retirada do ferrão e do tecido necrosado. Depois, deve tomar vacina antitetânica e medicamentos para alívio dos sintomas.

Atendimento

A orientação é que os profissionais de saúde notifiquem todo tipo de acidente causado por animais peçonhentos, mesmo que não seja utilizado tratamento soroterápico. No momento do atendimento, os profissionais também podem acionar o Centro de Informação e Assistência Toxicológica (Ciatox) para receber orientações sobre os procedimentos adequados e aplicação do soro antiveneno. O Centro funciona por meio de parceria entre a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) e o Hospital Universitário João de Barros Barreto (HUJBB).

O que fazer em acidentes com animais peçonhentos

  • Lavar o local da picada com água e sabão, manter a vítima em repouso e procurar atendimento médico imediatamente;
  • Não amarrar o membro acidentado e não cortar, sugar ou aplicar qualquer tipo de substância (como pó de café e álcool) no local da picada;
  • Não ingerir ou oferecer bebida alcoólica ao acidentado;
  • Em acidentes nas extremidades do corpo, como braços, mãos, pernas e pés, retirar acessórios que possam levar à piora do quadro clínico, como anéis, fitas amarradas e calçados apertados;
  • Informar ao profissional de saúde o máximo possível de características do animal, como tipo, cor e tamanho;
  • As vítimas de serpentes devem, obrigatoriamente, tomar soro antiofídico;
  • Vítimas de aranhas e escorpiões devem ficar, no mínimo, 12 horas em observação. Caso o quadro se agrave, deve ser feita a soroterapia;
  • No caso de acidentes com águas-vivas e caravelas, para alívio da dor inicial, usar compressas geladas ou pacotes fechados de gelo (cold packs) envoltos em panos, e lavar o local com ácido acético (vinagre), sem esfregar a região;
  • Remover os tentáculos aderidos à pele com pinça ou lâmina;
  • Procurar assistência médica para avaliação clínica do envenenamento e, se necessário, realizar tratamento complementar.

Serviço

Ciatox – Rua dos Mundurucus, nº 4487, bairro do Guamá, Belém.
Contatos: (91) 98628-4585 / 98519-8770
E-mail: cithujbb@ufpa.br