Sobe para 101 o número de mortos em incêndio florestal no Havaí

Uma semana após a tragédia, moradores traumatizados se mostram cansados de depender de suprimentos de ajuda, enquanto muitos ainda são impedidos de inspecionar suas casas e aguardam notícias sobre seus familiares desaparecidos

O Liberal
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De acordo com as autoridades, subiu para 101 o número de mortos após o incêndio florestal que devastou a cidade de Lahaina, em Maui, no Havaí, no dia 9 deste mês. 
Uma semana após a tragédia, moradores traumatizados da ilha se mostram cansados de depender de suprimentos de ajuda, enquanto muitos ainda são impedidos de inspecionar suas casas e aguardam notícias sobre seus familiares desaparecidos
A magnitude do incêndio, que carbonizou uma área de 13 quilômetros quadrados da cidade em questão de horas, combinada aos desafios logísticos da recuperação, têm impactado os 13 mil residentes de Lahaina, que também enfrentam a perspectiva de desaparecimento dos valiosos dólares do turismo, motor econômico do local.

Até o momento, poucos moradores conseguiram permissão para retornar a suas propriedades em Lahaina. O condado de Maui havia relaxado brevemente as restrições, mas rapidamente suspendeu as visitas no início da semana após curiosos congestionarem ruas usadas pelos trabalhadores de resgate, segundo autoridades. Uma pessoa foi presa por invasão.
Enquanto isso, as equipes de resgate utilizam cerca de 20 cães farejadores em buscas quarteirão a quarteirão em meio a cinzas, cobrindo cerca de um quarto da área de desastre até a noite de segunda-feira, 14, disse o chefe de polícia de Maui, John Pelletier.
 

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Nesta terça, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, afirmou que pretende ir "assim que possível" ao Havaí, mas que "não gostaria de atrapalhar". "Quero ir e certificar que temos tudo que precisamos. Quero garantir que não vamos perturbar os esforços de resgate", disse.
"Ele não quer interferir com o trabalho feito na zona do desastre, que tem sido incrivelmente difícil emocional e fisicamente", falou o governador do Havaí, Josh Green.
Mesmo com doações e promessas de recursos do estado e do governo federal para ajudar na recuperação, Kanamu Balinbin, um treinador de futebol local, montou um acampamento de auxílio para que pessoas que perderam suas casas e pertences pudessem encontrar água e comida.

Ele afirmou que parte da frustração local deriva da percepção de longa data de que a ilha de Maui não recebe atenção suficiente do governo estadual, apesar das robustas receitas vindas do turismo.
Mary Kerstulovich, uma corretora de imóveis de Maui que tem buscado suprimentos e moradias para deslocados da região, diz que Lahaina ainda precisava de um plano mais eficaz para obter mercadorias. "Ainda há muita confusão. As pessoas ainda precisam de mantimentos."
O incêndio da semana passada destruiu ou danificou, em poucas horas, mais de 2.200 edifícios, 86% deles residenciais, e causou um prejuízo estimado de US$ 5,5 bilhões (R$ 27,3 bi). O fogo também reduziu a cinzas o patrimônio histórico da localidade, que foi capital do reino do Havaí no século 19.
Dados da Organização Meteorológica Mundial (OMM), agência da ONU para questões do clima, indicam que eventos climáticos extremos como secas, enchentes, deslizamentos de terra, tempestades e incêndios mais do que triplicaram ao longo dos últimos 50 anos em consequência do aquecimento global


Outro órgão ligado à ONU, o IPCC (Painel Intergovernamental para a Mudança Climática), já afirmou em relatório que hoje é inequívoco que parte dessas mudanças foi causada pela ação humana.
O incêndio florestal em Maui tornou-se o mais letal dos Estados Unidos em mais de cem anos, ultrapassando os 85 mortos que um só incêndio vitimou na cidade de Paradise, Califórnia, em 2018, e é o maior em uma catástrofe do tipo no país desde 1918, quando 453 pessoas morreram nos estados de Minnesota e Wisconsin
O episódio ainda é o desastre natural mais letal do próprio Havaí, superando um tsunami que matou 61 pessoas em 1960, um ano depois que o território se tornou um estado americano

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