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Sete mulheres são torturadas acusadas de praticarem feitiçaria no Peru

As mulheres foram despidas, amarradas e açoitadas por grupo de um vilarejo

Carolina Mota

Uma investigação iniciada pelo Ministério Público nesta terça-feira (13) apura sobre o caso de sete mulheres que foram acusadas de feitiçaria por membros de um grupo de camponeses, em uma região das montanhas dos Andes, no Peru.

Segundo os jornais locais, as mulheres, com idade entre 43 e 70 anos, foram capturadas em 29 de junho, despidas e açoitadas por essa patrulha camponesa, com acusação de terem cometido práticas de feitiçaria. Um homem havia sido capturado junto, mas não há registros de que ele tenha sofrido maus-tratos.

A tortura aconteceu em Chillia, um vilarejo remoto nos Andes, a cerca de 700 km ao norte de Lima, com 12 mil habitantes. As informações são do G1.

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As patrulhas camponesas são grupos paramilitares criados há quase 50 anos, inicialmente para combater o roubo de gado e, posteriormente, se voltaram contra as incursões da guerrilha maoísta Sendero Luminoso. As ações desses grupos têm amparo em normas constitucionais sobre a justiça comunal desde 1993.

O presidente do país, Pedro Castillo, um professor rural de Cajamarca, foi membro das patrulhas camponesas.

Tortura

Em vídeo publicado nas redes sociais, uma mulher aparece pendurada por um dos pés, enquanto era açoitada para que confessasse os supostos atos. As vítimas foram liberadas nesta terça-feira, mediante assinatura de um termo no qual se comprometiam a não denunciar [os maus-tratos sofridos] e a não realizar feitiçaria", disse Eliana Revollar, defensora pública.

As autoridades peruanas foram alertadas da situação após a divulgação desse vídeo.

Práticas de Feitiçaria

A defensoria afirma que as mulheres foram levadas pelo grupo devido as suspeitas de práticas de feitiçaria. As mulheres "foram acusadas pelo fato de muitas pessoas do vilarejo terem perdido suas capacidades físicas", disse Revollar.

Na semana passada, o Ministério Público abriu outra investigação após a denúncia de que uma equipe de reportagem de uma emissora de televisão foi retida e ameaçada por membros de patrulhas camponesas em Cajamarca, enquanto faziam indagações sobre a família de Castillo.

(Carolina Mota, estagiária sob supervisão da coordenadora de política, Keila Ferreira)

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