Saiba quais são os santos católicos que podem ter sido gays na antiguidade

A descoberta histórica foi feita pelo historiador John Boswell, professor na Universidade de Yale

Redação Integrada com informações da BBC Brasil

O mundo católico sofreu uma mexida quando o papa Francisco declarou que os homossexuais devem, sim, ter o direito a uniões reconhecidas. No entanto, há pelo menos um exemplo de casal gay no livro dos santos da Igreja Católica. É o que acreditam alguns pesquisadores quando olham para a história dos soldados romanos Sérgio e Baco.

A história dos dois, que foram martirizados no século IV, na Síria, foi recuperada pelo historiador estadunidense John Boswell (1947-1994), professor na Universidade de Yale. Boswell se baseia, principalmente em um relato grego, do século V, e em um ícone representando os dois, datado do século VII. O professor afirmou que os soldados seriam, na verdade, unidos por laços de homoafetividade.

O texto grego "A Paixão dos Santos Sérgio e Baco", é o principal documento sobre a existência deles. A obra foi escrita por volta do ano de 425 – pouco mais de 100 anos depois da morte dos santos –, mas é repleta de incongruências.

Biografia

De acordo com o texto grego,  Sérgio e Baco eram soldados romanos de alta patente e foram martirizados quando acompanhavam o imperador romano Galério Maximiano (260-311) em uma viagem ao Oriente Médio.

Na época, os romanos perseguiam os cristãos e Sérgio e Baco professavam a fé na clandestinidade.

Os dois foram descobertos como cristãos quando se recusaram a participar de uma oferta ao rei Júpiter em um templo pagão.

Como forma de ridicularização, eles foram vestidos com roupas femininas e torturados. Baco não suportou e morreu no mesmo dia. Alguns dias depois, Sérgio foi decapitado.

O professor Boswell explica que o texto os descreve como "unidos por um amor um ao outro", uma definição semelhante da época para "casais heterossexuais casados".

O estudioso diz, ainda, que Sérgio e Baco teriam tomado parte de um ritual antigo de "irmandade", assumindo um vínculo afetivo perante a Igreja. O ritual era chamado de adelphopoiesis. Para Boswell, o ritual acabava servindo para legitimar uma união homossexual.

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