Paraense relata impactos dos incêndios florestais no Novo México

Pesquisador residente nos Estados Unidos diz que perigo das chamas levou colegas a abandonar suas casas

Fabrício Queiroz
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Há mais de um mês dois grandes incêndios florestais causam preocupam as autoridades e moradores de condados do estado do Novo México, nos Estados Unidos. Dados das agências estaduais e federais em atuação no local apontam que o fogo alcançou uma área de mais de 121 mil hectares queimando 360 residências. Os incêndios de Hermits Peak e Calf Canyon, teriam iniciado em 6 e 19 de abril, respectivamente. As causas ainda estão sob investigação, mas a combinação de queimadas, clima seco, ventos fortes e material combustível na floresta favorecem a propagação do fogo.

O paraense Moisés Felipe Mello da Silva, mora no estado há dois meses e conta como tem sido a vida na região, onde muitos moradores têm deixado suas casas para trás em busca de segurança. “Inclusive pessoas que trabalham comigo precisaram ser evacuadas de suas casas”, afirma.

Moisés Silva é pesquisador associado de pós-doutorado do Laboratório Nacional de Los Alamos, uma instituição multidisciplinar referência no desenvolvimento de armas nucleares. Por conta disso, o paraense diz que há protocolos de segurança em vigência na cidade para as mais diversas situações, visando conter qualquer perigo iminente. “Ficamos atentos aos cheiros, pois também podemos facilmente identificar o odor das queimadas. Além, claro, dos kits de evacuação que devem estar a postos, bem como um plano de evacuação”, conta ele sobre a rotina que cerca a vida da população.

De acordo com o pesquisador, o perigo dos incêndios fez os moradores viverem em um clima de alerta orientado por um sistema com três estágios "atenção, preparar, e vai", em que cada um corresponde ás preparações que devem ser feitas para o caso de uma evacuação repentina.

“Tanto a cidade quanto o laboratório chegaram até a fase do ‘preparar’, onde mandaram todos nós entrarmos em regime de homework e preparar uma bolsa de evacuação com todos os nossos pertences e objetos mais importantes. Porém o fogo está sendo contido a apenas 5km daqui da cidade, e aparentemente não apresenta mais risco iminente. Agora voltamos ao estágio de "atenção", porém meu kit de evacuação continua pronto”, relata Moisés.

Esse clima de alerta traz ainda uma série de prejuízos para a cidade e a população. No período mais crítico de proximidade das chamas, vários restaurantes e escolas fecharam durante vários dias, diz Moisés Silva. Além disso, os moradores convivem com todos os males à saúde que a fumaça provoca.

“Como o fogo chegou a 5km da cidade, por vezes, ao longo de vários dias, a cidade foi inundada pela fumaça, reduzindo a visibilidade e causando inúmeros problemas respiratórios. Além disso, até mesmo animais que normalmente ficariam na floresta local começaram a aparecer na cidade. Desde veados a ursos e leões da montanha, causando medo em muitas pessoas”, destaca.

Informações das autoridades locais dão conta que 34% dos incêndios já foi contido, no entanto, um alerta de bandeira vermelha sobre algumas zonas, em que os moradores ainda precisam ficar alertas a chamados para evacuação ou fechamento de rodovias.

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