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Israel mata comandantes do Hamas e distúrbios se espalham dentro do país

Uma pessoa morreu, 11 ficaram feridas e 20 foram presas nos últimos três dias na cidade de Lod, palco dos conflitos

Agência Estado

O conflito entre israelenses e palestinos se intensificou nesta quarta-feira (12). A escalada da violência seguiu o mesmo roteiro: os disparos de foguetes da Faixa de Gaza foram respondidos com bombardeios ao enclave. O Exército de Israel disse ter matado 14 comandantes do Hamas, que governa o território. Outro reflexo do agravamento da crise foi a ampliação dos distúrbios dentro de Israel.

Grupos de judeus e árabes voltaram a se enfrentar hoje na cidade de Lod - uma pessoa morreu, 11 ficaram feridas e 20 foram presas nos últimos três dias. Extremistas judeus marcharam pelas ruas de Bat Yam, subúrbio de Tel-Aviv, cantando slogans racistas e depredando lojas de comerciantes árabes. Imagens mostraram uma tentativa de linchamento de um palestino.

Em Acre, no sul de Israel, a mesma cena, mas com sinais invertidos: um grupo de árabes espancou um judeu, que foi internado em estado grave. No norte da Cisjordânia, um homem feriu a tiros duas pessoas. A polícia confirmou o ataque e disse ter "neutralizado" o atirador - sem dar mais detalhes. Em Tiberíades, no norte do país, jovens judeus ultranacionalistas marcharam pelas ruas da cidade atacando árabes e destruindo carros.

As cenas de violência dentro de Israel chocaram a classe política. Naftali Bennett, líder do partido Yamina, que negocia uma coalizão para substituir o premiê, Binyamin Netanyahu, pediu calma. "As cenas em Bat Yam são horríveis. Este não é o caminho. Ferir inocentes não é judeu, é imoral e desumano", disse. "Parem agora, não façam justiça com as próprias mãos."

Yair Lapid, outro candidato a substituir Netanyahu, foi ainda mais duro. "Os arruaceiros em Lod e Acre não representam todos os árabes israelenses, assim como os vândalos de Bat Yam e os grupos judeus de extrema direita são um bando de racistas patéticos que não representam os judeus de Israel."

O presidente de Israel, Reuven Rivlin, pediu o fim da "loucura" nas ruas. "Estamos lidando com uma guerra civil entre nós sem motivo. Por favor, parem com essa loucura." Até Bezalel Smotrich, líder do Partido Sionista Religioso, de extrema direita, se disse "chocado". "Acabei de ver um vídeo de judeus atacando um árabe inocente e estou chocado e com vergonha do fundo da minha alma."

Enquanto isso, em Gaza, militantes palestinos dispararam ontem mais de mil foguetes contra Israel. Ao todo, sete israelenses morreram - quatro apenas em um período de 24 horas, incluindo um soldado e uma criança de 6 anos. Os bombardeios israelenses mataram 65 palestinos, sendo 16 crianças.

O Exército de Israel disse que os ataques de ontem mataram Bassem Issa e vários outros líderes do Hamas, incluindo os chefes de desenvolvimento e produção de foguetes e engenharia. A morte de Issa foi confirmada pelo Hamas.

A julgar pelas declarações de ambos os lados, o conflito tende a se agravar. Benny Gantz, ministro da Defesa de Israel, disse ontem que os ataques não têm data para acabar. "Israel não está se preparando para um cessar-fogo. Não há data para o fim das operações", afirmou. Já Netanyahu prometeu fazer os palestinos pagarem um preço alto pela agressão. "Esta campanha levará tempo", disse o premiê.

Moussa Abu Marzouk, número 2 do Hamas, também adotou um tom desafiador. "Os europeus nos contataram e nos pediram para pararmos de disparar mísseis de curto alcance, caso contrário, eles não participariam da reconstrução de Gaza. Eu disse a eles que sim, vamos parar de lançar mísseis de curto alcance e passaremos a disparar os de longo alcance."

O presidente Jair Bolsonaro comentou, pelo Twitter, o conflito entre israelenses e palestinos. Aliado do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, Bolsonaro afirmou que "é absolutamente injustificável o lançamento indiscriminado de foguetes contra o território israelense". Segundo o presidente, "a ofensiva provocada por militantes que controlam a Faixa de Gaza e a reação israelense já deixaram mortos e feridos de ambos os lados".

"Expresso minhas condolências às famílias das vítimas e conclamo pelo fim imediato de todos os ataques contra Israel, manifestando meu apoio aos esforços em andamento para reduzir a tensão em Gaza", disse. No início de março, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente, fez parte de uma comitiva que foi a Israel conhecer um "spray" para tratamento contra a covid-19.

(Com agências internacionais)

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