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Enquanto Biden visita Ucrânia, diplomata da China vai à Rússia

Enquanto os Estados Unidos e seus aliados declaram apoio à Ucrânia, Pequim aprofunda a parceiria com Moscou

Luciana Carvalho

Nesta segunda-feira (20), enquanto o presidente dos EUAJoe Biden, chega a Ucrânia para se encontrar com Volodymyr Zelensky, o principal diplomata da ChinaWang Yi, viaja a caminho da Rússia.

Wang Yi foi promovido a principal conselheiro de política externa do líder chinês Xi Jinping no mês passado e deve chegar a Moscou esta semana. A viagem faz parte de sua turnê de oito dias pela Europa que traz à tona a tentativa de equilíbrio diplomático da China desde que os tanques da Rússia entraram na Ucrânia há um ano.

Enquanto os Estados Unidos e seus aliados declaram apoio à UcrâniaPequim aprofunda a parceiria com Moscou e levanta alarmes nas capitais ocidentais. 

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As relações entre os EUA e a China continuam estremecidas, mais recentemente por conta das consequências de um suposto balão espião chinês que entrou no espaço aéreo dos EUA. A China e a Rússia estão mais próximas do que nunca desde que seus líderes declararam uma amizade “sem limites” há um ano, em parte impulsionados por sua animosidade compartilhada em relação aos Estados Unidos.

Na Conferência de Segurança de Munique no último sábado (18), Wang se dirigiu a uma sala de autoridades europeias como “querido amigo” e elogiou o compromisso da China com a paz, enquanto aparentemente tentava criar uma barreira entre a Europa e os EUA. “Não colocamos lenha na fogueira e somos contra colher os benefícios desta crise”, disse o diplomata.

“Algumas forças podem não querer que as negociações de paz se materializem. Eles não se importam com a vida e a morte dos ucranianos, nem com os danos à Europa. Eles podem ter objetivos estratégicos maiores do que a própria Ucrânia. Esta guerra não deve continuar”, afirmou Wang.

diplomata também anunciou o plano de Pequim de divulgar sua proposta de “resolução política” da crise na Ucrânia por volta do primeiro aniversário. Mas a proposta foi recebida com desconfiança por alguns líderes ocidentais que estão observando de perto qualquer apoio que a China dê a seu vizinho do Norte, especialmente assistência que possa ajudar a Rússia no campo de batalha.

“Precisamos de mais provas de que a China não está trabalhando com a Rússia, e não estamos vendo isso agora”, disse a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, no sábado.

AS suspeitas são agravadas por alegações de autoridades americanas de que Pequim está considerando intensificar sua parceria com Moscou, fornecendo “apoio letal” aos militares da Rússia. “Temos observado isso muito de perto”, disse o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, em Munique no domingo (19).

“A preocupação que temos agora é baseada em informações de que eles estão considerando fornecer apoio letal, e deixamos muito claro para eles que isso causaria um problema sério para nós e nosso relacionamento”, explicou Blinken.

(Luciana Carvalho, estagiária da Redação sob supervisão de Keila Ferreira, Coordenadora do Núcleo de Política).

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