Dona da Zara e outras grandes marcas recebem denúncias de trabalho forçado; entenda

As empresas Inditex, Uniqlo e Skechers estão enfrentando acusações graves de crimes contra a humanidade, genocídio, submissão à servidão e tráfico de seres humanos

Rayanne Bulhões

Uma nova denúncia de trabalho forçado envolvendo uigur - etnia chinesa - foi apresentada esta semana em Paris, mirando grandes empresas da indústria da moda, como o grupo Inditex, proprietário da Zara, e a marca japonesa Uniqlo. A denúncia foi apresentada por um coletivo de associações, incluindo a organização anticorrupção Sherpa, o coletivo francês Ethique sur l'étiquette, o Instituto Uigur da Europa (IODE) e uma mulher uigur que foi detida na região de Xinjiang, no noroeste da China.

De acordo com essas entidades, a Uniqlo France, que faz parte do grupo japonês Fast Retailing, a empresa espanhola Inditex, dona de marcas como Zara, Bershka e Massimo Duti, o grupo francês SMCP, que engloba as grifes Sandro, Maje e De Fursac, além da multinacional de calçados Skechers, estariam comercializando produtos fabricados total ou parcialmente em fábricas onde os uigures são submetidos a trabalho forçado. Organizações não governamentais estimam que mais de um milhão de membros estejam detidos atualmente na região de Xinjiang em condições desumanas.

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"As organizações que apresentaram a denúncia estimam que uma em cada cinco peças de vestuário de algodão pode ser resultado do trabalho forçado dos uigures", afirmam. Segundo elas, as empresas envolvidas na comercialização desses produtos não exercem controle suficiente sobre seus fornecedores, contribuindo para essa situação de exploração.

Os quatro grupos citados na denúncia contestam veementemente qualquer envolvimento com trabalho forçado na fabricação de seus produtos. A Inditex, questionada sobre o assunto, afirmou que já se pronunciou publicamente, em diversas ocasiões, afirmando que as acusações são infundadas. A empresa garante realizar verificações rigorosas de rastreabilidade para assegurar a procedência de seus produtos e adota uma política de tolerância zero em relação a qualquer forma de trabalho forçado.

A SMCP, responsável pelas marcas Maje, Sandro, Claudie Pierlot e De Fursac, também nega as acusações, alegando ser vítima de difamação. Já a Fast Retailing afirmou que ainda não foi notificada pelas autoridades sobre a denúncia, mas se comprometeu a cooperar totalmente com qualquer investigação para demonstrar, mais uma vez, que não há trabalho forçado em suas cadeias de suprimentos. Até o momento, a Skechers não se pronunciou sobre as acusações.

Embora muitas marcas de moda tenham se comprometido a não utilizar algodão proveniente de Xinjiang, que corresponde a um quinto da produção global, nem sempre é possível controlar completamente as práticas de seus fornecedores, que muitas vezes terceirizam partes do trabalho.

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